Os bonecos tradicionais do Berbigão do Boca, em Florianópolis, chamados de maricotas ou maricotões pelos amantes do evento, desfilaram na sexta-feira (10) no Centro da cidade e marcaram o início do Carnaval na Capital. Cada um dos 41 que estiveram no desfile representa alguém que já morreu e que, de alguma forma, foi importante para a cidade.

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De Franklin Cascaes a Neide Maria Rosa: todos os bonecos, que pesam cerca de 20 quilos, são carregados por um grupo de foliões que transmitem, através da dança, a alegria da festa no corpo montado do homenageado. Todo ano uma nova pessoa entra para o grupo de homenagens e mais um folião ganha a oportunidade de desfilar com os bonecos na abertura do Carnaval em Florianópolis. 

Este ano, o homenageado foi Dico, ou então Osvaldo Gonçalves. Foi ele o responsável por diversas fantasias, carros alegóricos e decorações de Carnaval pela cidade. Colecionador de prêmios nos concursos de fantasias de luxo, o boneco do catarinense puxou a fila dos homenageados em 2023. Anualmente, o mais novo integrante das maricotas é quem fica à frente do desfile.

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— Nasce da ideia dos bonecos de Olinda, mas trazemos no Berbigão os personagens da Ilha para que estes não caiam no esquecimento. Todo ano lembramos de todos estes que já estão aqui, e mais os estão por vir — diz um dos diretores da montagem dos bonecos, Denilson. 

Wellington Andrade desfilou, este ano, pela primeira vez. Ele foi o responsável por carregar o Mestre Dica, carnavalesco entusiasta da Coloninha — escola de samba da Capital — e que participou do carnaval até os últimos dias em que esteve vivo. 

— Quando ele adoeceu, escondeu a doença até onde conseguiu para não deixar de participar do carnaval. Não queria ser privado da festa, e hoje tá aqui — diz Wellington.

Wellington e o Mestre Dica homenageado (Foto: Diane Bikel/NSC Total)

Feitos de argila e fibra, os modelos imitam as maricotas do Boi de Mamão, também uma tradição da cidade.

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Por baixo da cabeça, duas alças prendem o folião ao boneco. Na roupa, um buraco permite que eles consigam beber água e respirar com tranquilidade por baixo da maricota. Uma equipe de apoio é quem auxilia os foliões durante todo o desfile.

— Não pode soltar o boneco, se não ele fica molengo. A gente segura e vai brincando, vai pra frente, pro lado, pra trás. É bem quente, mas na hora do samba é impossível cansar — conta Wellington.

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