Antes de mais nada, o filme americano “O Som da Liberdade” vem chamando atenção de quem acompanha o cinema no ano de 2023. Tendo em vista que é um sucesso de público, mas que tem sido alvo da crítica internacional desde seu lançamento. Mesmo tendo ultrapassado títulos como “A Freira 2” e “Os Mercenários 4” nas bilheterias, o longa tem gerado bastante debate nos Estados Unidos e no Brasil.

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Por isso, fizemos essa reportagem para contar qual o enredo desse longa cristão e quais as origens de tanta polêmica.

Enredo de “O Som da Liberdade”

A trama é dirigida por Alejandro Gomez Monteverde e conta o que é, de acordo com a produtora, a história real do ex-agente do governo americano Tim Ballard. O oficial, interpretado pelo ator Jim Caviezel, larga seu posto no Departamento de Segurança Interna dos EUA para uma operação especial.

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Ele vai até a América do Sul, mais precisamente na Colômbia, para desmantelar um esquema de exploração sexual de crianças que é mantido por traficantes da região.

Então, o enredo demonstra a jornada de Tim até a Colômbia e o grande esforço que o protagonista faz para salvar as crianças. Neste contexto, o filme destaca em especial dois irmãos hondurenhos que se tornam os protegidos ao longo de toda a narrativa.

Por fim, o filme finaliza com uma sessão de créditos que podem servir de fomento para teorias conspiratórias de que o filme “teria sido boicotado pela indústria do cinema hollywodiano”. Porém, como citamos a seguir, não há provas ou indicações de que essa acusação seja verdadeira.

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Veja cenas de “O Som da Liberdade”

Polêmicas envolvendo o filme

Contudo, junto com o sucesso de bilheteria, algumas polêmicas apareceram tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Portanto, vamos aprofundar um pouco mais em cada um desses debates:

  • Veracidade da operação e acusações contra Tim Ballard

Apesar de ser vendida pela produtora como uma história real, críticos e até autoridades questionam essa versão. Tim citou repetidas vezes que sua organização sem fins lucrattivos, chamada de Organization Underground Railroad (OUR), ajudou na descoberta de um caso de tráfico humano na cidade de Nova Iorque. Além disso, Ballard afirma ter ajudado a resgatar uma vítima da rede.

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Porém, de acordo com transcrições judiciais acessadas pela Vice News, a vítima teria escapado sozinha dos traficantes, sem nenhuma intervenção do ex-agente.

Ainda segundo a reportagem da Vice, Tim Ballard foi acusado de assédio por sete mulheres. De acordo com elas, o CEO da OUR teria coagido elas a se passarem por suas esposas, dividir quarto e até tomar banho juntos para “enganar os traficantes”. Depois das acusações serem publicadas no portal, Tim Ballard se afastou permanentemente da organização. Em seguida, a ONG afirmou “não tolerar assédio de nenhum de seus participantes”.

  • Propaganda da Teoria da Conspiração Qanon?

Mas as polêmicas de “O Som da Liberdade” não giram em torno apenas da figura de seu protagonista. Tendo em vista que há acusações de que a trama dialoga com a conspiração do Qanon.

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Antes de mais nada, essa teoria, que é fomentada pela extrema-direita americana, defende que exista uma rede de pedofilia e tráfico infantil formada por políticos, pessoas influentes, satanistas e canibais que utilizam do sangue infantil para sugar um hormônio da juventude. Além disso, os adeptos acreditam que o governo acoberta essa rede.

Segundo a teoria, o grande combatente desta rede é o ex-presidente americano Donald Trump. O ricaço teria adentrado a vida política para desmascarar os envolvidos. Como quase toda conspiração, essa história não tem nenhuma comprovação sólida.

Em nenhum momento o filme O Som da Liberdade cita diretamente o Qanon, mas críticos de cinema e estudiosos do fenômeno apontam que o fato de trazer um problema real e sério pode dar lastro e trazer o espectador mais casual para dentro da espiral da teoria conspiratória.

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Por fim, os próprios créditos citados podem ser interpretados como uma conexão. Pois, segundo críticos, eles insinuam de que não é do interesse da indústria cinematográfica que haja um filme sobre tráfico humano e exploração sexual, corroborando com conspiracionistas. Até o momento, não há confirmação dessa recusa.

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