No primeiro teste do Beira-Rio em uma Copa do Mundo, o estádio e a operação de Copa montada passou – claro, sem contar a falta de hino. Zero Hora elencou alguns itens do jogo França e Honduras que funcionaram e outros que podem melhorar para Holanda x Austrália.

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Confira a tabela completa da competição

Banheiros – PODE MELHORAR

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Foto: Rodrigo Müzell

Tanto nas áreas do público em geral quanto nos camarotes, chamou a atenção a falta de lixeiras em vários banheiros – o que fez com que papel toalha se acumulasse nas pias. Vários sanitários masculinos estavam com água no chão já no intervalo da partida. Além do reduzido número de funcionários para ajudar a manter os banheiros limpos, faltou educação do público. Na arquibancada inferior, quem estava apertado perdeu metade do intervalo em grandes filas.

Ajuda para quem tem dificuldade de locomoção – PODE MELHORAR

Foto: Rodrigo Müzell

Carrinhos, como aqueles de golfe, foram disponibilizados pela prefeitura ao longo das Avenidas Borges de Medeiros e Padre Cacique para pessoas com dificuldade de locomoção. O problema foi a falta de informação. Lígia Pereira Pinto, de Balneário Camburiú (SC), conseguiu lugar em um carrinho apenas depois de caminhar duas quadras dentro da zona de exclusão.

– Deveria ter paradas definidas, onde as pessoas esperariam em fila. Seria mais fácil e não teria o uso por quem não precisa – disse, afirmando ter visto vários carrinhos com caroneiros dependurados.

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Após o jogo, a torcedora Laura Gonçalves relatou esperar meia hora por um carrinho. Em vão. Sem informações de voluntários da Fifa e da EPTC, conta ela, teve de caminhar de muletas até o ônibus.

Orientadores – FUNCIONOU

Foto: Rodrigo Müzell

A simpatia era o ponto forte dos voluntários. Logo na chegada dos torcedores, sentada em uma estrutura que a deixava a 2 metros do chão, a voluntária Hararre Delfino usava um megafone para pedir que os torcedores chegassem já com ingresso na mão. Foi além do protocolo: aprendeu na hora a dizer “bem-vindo” em francês e ficava repetindo a expressão em quatro línguas – além do idioma dos vitoriosos da tarde, espanhol, inglês e português.

Imprensa – FUNCIONOU

Com tradução em quatro idiomas, a sala de conferências do Beira-Rio passou no primeiro teste. Não estava cheia para a entrevista de Deschamps, mas sistemas de som e internet não ficaram devendo. Não houve queixas do sistema de internet instalado nos setores de mídia.

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Telefonia – (SEMPRE) PODE MELHORAR

Pela primeira vez em muito tempo, havia sinal constante – instável no 3G, bom no 4G – de celular dentro do estádio. A melhoria se deve a um impulso de investimentos das operadoras de celular para o evento. Espera-se que siga assim depois do Mundial.

Saída escura, mas ordeira – PODE MELHORAR

Foto: Lara Ely

A saída a pé foi muito familiar e pacífica. O policiamento estava presente o tempo todo no trajeto. O ponto negativo foi a falta de iluminação na Padre Cacique _ na altura do parque Marinha, a escuridão era grande.

Ônibus especiais – FUNCIONOU

As quatro linhas especiais que atenderam o estádio (saindo do Centro, do aeroporto, do Jockey e da PUCRS) funcionaram bem. Walter Trentini, 57 anos, e a família deixaram o carro na PUCRS e esperaram 15 minutos pela saída do ônibus até o Beira-Rio. Depois de 20 minutos, desembarcaram próximo à esquina da Padre Cacique com a José de Alencar.

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– Foi tudo fácil e rápido – comentou Trentini.

Moradores de São Marcos, na Serra, Rogério Júnior Rizzon, 31 anos, o irmão Éverton Rizzon, 30, e Greici Zanette, 28, deixaram o carro no aeroporto. Informaram-se sobre a linha especial no setor de informações e, em cerca de meia hora, estavam ingressando na área do estádio.

Acesso à área restrita – PODE MELHORAR

Passar pela primeira barreira de verificação não foi tão fácil. Os torcedores tinham dois pontos de acesso à área de circulação restrita pela Padre Cacique: junto ao Viaduto Dom Pedro I, ao Norte, ou perto do viaduto da Pinheiro Borda, ao Sul. Muitos torcedores não sabiam disso e tentaram chegar ao estádio cruzando a Padre Cacique nas proximidades do Beira-Rio. Foram barrados e tiveram de andar até um dos pontos de acesso. Chegou a se formar uma aglomeração junto ao Viaduto Dom Pedro I.

– Juntou muita gente no brete da José de Alencar. Não demorava muito para entrar, mas algumas pessoas ficaram ansiosas, um pouco nervosas com a aglomeração – comentou o morador de Porto Alegre Gilberto Nascimento, 48 anos.

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Cadastro de moradores – FUNCIONOU

Quem mora na zona de acesso restrito conseguiu entrar e sair dela sem grandes transtornos. Para chegar de automóvel, bastava manter à mostra a espécie de crachá que deveria ser pendurado no espelho retrovisor _ os carros apenas reduziam a velocidade, a conferência era feita, e seguiam adiante.

Entrada no estádio – PODE MELHORAR

Quem chegou cedo não encontrou problemas. Mas se formaram filas para passar pelo sistema de raios X e ingressar na área do Beira-Rio quando faltava menos de uma hora para o jogo – na entrada oposta ao Gigantinho, uma das filas somava mais de 200 metros. Em razão disso, por volta das 15h30min, todos os pontos de entrada passaram a dar acesso a qualquer portão do estádio, a fim de distribuir melhor os torcedores. Com a medida, as filas diminuíram de tamanho rapidamente e, no início do jogo, já haviam praticamente desaparecido.

Segurança – FUNCIONOU

A Brigada Militar se fez presente em grande número no entorno do estádio _ principalmente ao longo da Padre Cacique _ e nas principais rotas de acesso ao Beira-Rio. Na área interna do estádio, havia presença constante dos chamados stewards para prevenir e conter eventuais excessos. A Polícia Civil prendeu quatro cambistas.

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Educação – PODE MELHORAR

Uma briga entre gremistas e colorados pouco antes do fim da partida tumultuou um setor das cadeiras no anel superior. Parecendo alcoolizados, torcedores se provocaram e houve trocas de socos, assustando estrangeiros. Os stewards agiram rápido para retirar os brigões.