O delegado Cristiano Souza, da Delegacia de Polícia de Biguaçu, pretende pedir a prisão preventiva do suspeito de matar Viviane Monteiro, 35 anos, na manhã do último domingo (6). A solicitação deve ser feita após a conclusão do inquérito. Embora Isac da Costa, 32, tenha se apresentado espontaneamente à polícia na tarde de segunda-feira (7), de acordo com o delegado, não havia possibilidade legal de prendê-lo em flagrante naquele momento.

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Para isso, seria necessário um mandado de prisão preventiva ou temporária expedido pela Justiça. Souza tomou o depoimento do homem que confessou ter cometido o crime.”O que eu fiz não tem justificativa”, disse ao relatar a sua versão à polícia. Costa, que era marido da vítima, informou o endereço onde está morando ciente de que a fuga pode implicar em prisão.

_ Eu tenho que agir conforme a lei. Como já havia passado o flagrante, não podia mais prendê-lo. Vou formalizar os depoimentos, finalizar o inquérito e pedir a prisão preventiva _ esclareceu o delegado.

Costa deve ser indiciado por feminicídio, que é uma qualificadora do crime de homicídio (que varia entre seis e 20 anos) e implica em aumento de um terço da pena. A qualificadora é considerada toda vez que o homicídio é cometido contra mulheres em situação de violência doméstica ou discriminação de gênero.

Após a conclusão do inquérito, o caso será remetido ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

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Entenda o caso

Segundo apuração preliminar da polícia, Costa e Viviane passaram a noite de sábado e a madrugada de domingo em uma festa na casa do vizinho. Ao chegarem em casa, o marido teria iniciado uma discussão por ciúmes. No calor da discussão e sob efeito de bebida alcoólica, ele desferiu vários golpes contra o corpo da mulher com uma faca de 30 centímetros.

O assassinato teria sido cometido na frente da filha de 15 anos de Viviane. Uma criança de três anos, que é filha do casal, não teria presenciado o momento do crime, mas encontrou a mãe morta. Vizinhos relataram que viram Costa fugindo com as roupas sujas de sangue.

Segundo a polícia, Viviane não havia registrado boletim de ocorrência contra o companheiro com quem se relacionava há cinco anos e era casada há três. As meninas receberam atendimento do Conselho Tutelar e foram acolhidas por uma vizinha.

A repercussão do assassinato de Viviane parece ter encorajado outras mulheres a denunciaram a violência que sofrem dentro de casa a fim de evitar desdobramentos tão graves. Desde então, os registros de boletins de ocorrência têm sido expressivos na delegacia de Biguaçu.

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