Um objeto inserido acidentalmente na via aérea da criança geralmente provoca imediata dificuldade respiratória. Nestes casos, os pais devem levar a criança imediatamente ao pronto-socorro, pois a situação pode se agravar em pouco tempo.

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Da via aérea superior, rapidamente o objeto pode se deslocar à traqueia, aos brônquios e ao pulmão, prejudicando todo o sistema respiratório.

Mas segundo o dr. Marcelo Iasi, membro da Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE), nem sempre o acidente é percebido imediatamente.

– O mais frequente é a dificuldade respiratória aguda, provocada pela obstrução na traqueia ou em uma via respiratória alta. No entanto, pode acontecer uma obstrução parcial e a criança continua respirando, porém com certa dificuldade. Há outros casos em que a aspiração do corpo estranho obstrui ramificações do pulmão. Então, ao invés de oferecer dificuldade na respiração, impede que o ar entre em determinado lugar no pulmão – afirma Iasi.

Neste último caso, explica o cirurgião-pediátrico, mesmo sem prejudicar a respiração, a falta de ar em determinados locais do pulmão pode acarretar sintomas ainda mais graves, que levarão, provavelmente, a infecção pulmonar.

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Diagnóstico e tratamento

Quando os sintomas começam a aparecer, cabe aos responsáveis pelo pequeno cogitar uma possível aspiração de corpo estranho e encaminhamento ao hospital.

– O corpo estranho será confirmado por meio de um raio X de tórax, que inclusive revelará a localização exata do objeto. Nem sempre é possível visualizar o objeto, mas alguma imagem sugestiva da aspiração, como colabamento do pulmão ou até um pneumotórax. Ou seja, algo estranho apontado no raio X é indicação de uma broncoscopia numa situação como esta – acrescenta Iasi.

A endoscopia para examinar a via aérea se chama broncoscopia, é um procedimento realizado com anestesia geral na criança, por meio de um aparelho chamado broncoscópio.

– Ele invade a via aérea e possibilita a visualização do corpo estranho, sendo, portanto um procedimento diagnóstico e eventualmente é possível retirar o objeto com algum instrumental, sendo, no entanto, terapêutico – conclui o cirurgião.

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