A alta procura de atendimento em Pronto Atendimento de Joinville pode ser explicada por dois principais fatores: escolas que não estão deixando crianças com sintomas gripais frequentarem as aulas e aumento populacional. Esta demanda tem resultado em filas e atraso no serviço público de um modo geral, mas reflete principalmente na área de pediatria. 

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Jean Rodrigues da Silva, secretário de Saúde que deixará a pasta no fim de maio, explica que, logo após a passagem do período mais grave da pandemia, há escolas, tanto públicas quanto privadas, que não estão permitindo que crianças com sintomas gripais frequentam as aulas, para evitar que outras sejam contaminadas.

Com esta política das instituições, os pais que trabalham fora acabam precisando ficar em casa para cuidar dos filhos e, para que isso seja possível, vão às unidades de saúde em busca de atestado médico. 

— Antes da pandemia, às vezes um resfriado ou uma febre, a própria escola manejava, não mandava a criança pra casa. E isso vem ampliando essa situação de buscas pelas unidades. Esse é o achado epidemiológico mais evidente — explica.

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Rodrigues também cita como justificativa o aumento populacional, que ainda não é jusitificado por números, mas pode ser percebido na demanda.

Andrei Kolaceke, diretor executivo da secretaria da Saúde e sucessor de Rodrigues, afirma que 76% dos atendimentos nos PAs da cidade são constituídos por pacientes de classificação verde, ou seja, que não necessitam de atendimento de urgência.

Ele garante que essa alta procura não se deve a nenuma das epidemias em curso na cidade, mas situações de modo geral. 

— São pacientes que vão às unidades em busca de receita médica ou atendimento menos complexo ou até mesmo atestado. Não identificamos número elevado de pacientes com covid ou dengue — reforça. 

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Realidade da cidade e novas medidas

No cenário atual, segundo Kolaceke, há 13 plantonistas pediátricos que atuam na rede pública de Saúde para 27 vagas a serem preenchidas. Ele afirma que a dificuldade em encontrar esses especialistas existe a nível nacional, não é uma particularidade de Joinville. 

Segundo o diretor, profissionais clínicos que têm experiência em atendimentos infantis serão incrementados no quadro para dar suporte e amenizar o déficit. Além disso, já foram contratados 81 novos profissionais por meio de concurso público e outros 38 profissionais ainda devem ser chamados para fortalecer as unidades básicas de saúde. 

Outra estratégia já definida pelo poder público, que vai refletir diretamente no atendimento às crianças, é o convênio entre o Hospital Bethesda e a prefeitura que possibilitará a retomada da escala de pediatria à UPA Sul. 

A proposta tem caráter emergencial e temporário. Por se tratar de modalidade de parceria, ainda precisa tramitar na Conselho Municipal de Saúde e na Câmara de Vereadores.

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A reabertura dessa escala pediátrica foi definida na primeira reunião do grupo de trabalho montado para acompanhar a situação dos atendimentos nas unidades de Saúde da cidade. A equipe é composta por representantes da saúde pública, privada e algumas instituições, como a Sociedade Joinvilense de Pediatria e ala de medicina da Univille.

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