Enquanto a maior parte do país atravessa seca, com impacto em incêndios que causaram estragos nos últimos meses em biomas como Amazônia e Pantanal e estiagem em cidades do Distrito Federal e interior de São Paulo, Santa Catarina tem mais uma semana com previsão de chuvas acima da média. A projeção da Defesa Civil do Estado é de até 200 milímetros de precipitação, com risco de alagamentos.

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Mas o que faz com que o Estado enfrente novamente problemas com ocorrências ligadas às chuvas enquanto outra parte do país convive com a seca? A resposta está nas condições climáticas diferentes entre as regiões do país.

Em Santa Catarina, a semana com previsão de chuva intensa se deve a uma área de baixa pressão combinada com o fluxo de umidade vindo da região amazônica e os efeitos da circulação marítima. Por isso, a faixa Leste do Estado, mais próxima do mar, deve ser mais impactada, com os maiores volumes de chuva.

Nova frente fria na sexta-feira

Como a circulação marítima ganha força no período entre as noites e madrugadas, são nestes horários que a previsão aponta os maiores volumes de chuva previstos. A partir de sexta-feira (11), a circulação marítima deve perder força, mas uma frente fria deve chegar ao Estado, fazendo com que o tempo continue fechado.

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As frentes frias e a circulação marítima estão entre os principais sistemas meteorológicos que influenciam no tempo em Santa Catarina. Os sistemas de baixa pressão, como os que atingem o Estado nesta semana, também são comuns.

As chuvas desta semana coincidem com o período histórico considerado o mais chuvoso da região Sul, que é entre outubro e março.

E o resto do país?

A situação enfrentada em outras regiões do país é diferente, com registro de secas e estiagem. O vice-coordenador do mestrado de Clima e Ambiente do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Mário Quadro, explica que a situação não é incomum.

Enquanto a parte Norte do país tem épocas bem definidas de chuvas e secas, no Sul as ocorrências de chuvas e temporais são presentes o ano todo, ainda que com variações entre um mês e outro.

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Isso ocorre porque o Sul e parte do Sudeste são atingidos por frentes frias, que ocorrem o ano todo, enquanto na parte mais ao Norte do país a condição de chuva depende de outras variáveis, como o aquecimento e os efeitos da Amazônia.

— Não é anormal temos períodos de chuva intensa aqui e seca mais ao Norte do país. O anormal foi a seca extrema que alguns estados registraram, que agravaram a questão das queimadas e da fumaça que vimos em alguns Estados. Mas logo, logo essas regiões também devem registrar chuva — detalha o professor, explicando que em outubro inicia o período de chuvas em parte dessas regiões.

No Distrito Federal, após a maior seca da história com 167 dias sem chuva, moradores comemoraram o primeiro registro de chuva nessa terça-feira (8).

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