Uma comitiva da Coordenação de Acompanhamento do Sistema Carcerário Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) visitou o Presídio Regional de Blumenau nesta quinta-feira. O objetivo é, junto com a Comissão de Assuntos Prisionais da Seccional de Santa Catarina, montar um relatório minucioso da visita e encaminhá-lo às autoridades competentes e ao Conselho Nacional de Justiça.

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Os representantes da OAB conversaram com os detentos e agentes prisionais e foram acompanhados pelo interventor da unidade, Marco Antônio Caldeira, e pelo diretor do Departamento de Administração Prisional (Deap), Edemir Alexandre Camargo Neto. Segundo o vice-presidente da coordenação, Márcio Vítor Albuquerque, a situação do pior presídio de Santa Catarina é delicada, principalmente ao presenciar que havia cachorros espalhados por canis em torno das galerias:

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– O que eu vi aqui remonta à Idade Média. Segurança sendo feita com cachorros e segurança privada com arma de fogo é inadmissível. Os gestores estão fazendo o possível e o impossível para mudar, mas este cenário aqui tem que mudar.

Pelo vão da grade, os presos relatavam os principais problemas da unidade. A conversa era rápida, mas os representantes ouviram presos de galerias do regime fechado, aberto e semiaberto, e não hesitavam em fazer questionamentos. Os relatos dos presidiários e agentes e as fotografias vão servir de subsídio na hora de montar o relatório. A falta de opções de trabalho, lazer e a estrutura da unidade foram as principais reinvindicações.

– Foi muito importante esta vistoria para aproximarmos os órgãos, mas é muito mais importante ainda o levantamento de soluções. Vir e colocar o dedo na ferida é fácil. Sabemos das dificuldades de Blumenau, porque é histórico, mas isso aqui só será resolvido quando esta unidade for desativada por completo – explica Caldeira.

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Segundo o presidente da Comissão de Assuntos Prisionais da OAB de Santa Catarina, Victor da Luz Fontes, o relatório será apresentado na semana que vem às autoridades.

– Nós sabemos que o sistema carcerário deste Estado anda com problemas. Há um quadro de superlotação. Nós queremos que esses detentos saíam com oportunidades, que de alguma forma saiam ressocializados, e que haja uma diminuição no índice de reincidência. Esta é a nossa preocupação – completou Albuquerque.

O interventor explicou aos representantes a situação pela qual a unidade passa após a Operação Regalia e mostrou as mudanças que estavam sendo feitas, como a futura área exclusiva para visitas, a brinquedoteca, o scanner para evitar a revista vexatória e a reforma nas galerias. Após a visita, a comitiva seguiu para conhecer as obras do Complexo Penitenciário do Médio Vale do Itajaí, que abrigará, em um primeiro momento, 600 presos condenados.

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