O futuro do Joinville Esporte Clube está em jogo na tarde desta quarta-feira (15), quando acontece a assembleia de credores da recuperação judicial do clube. Ela deve definir se haverá acordo entre o JEC e quem cobra dívidas do tricolor, incluindo ex-dirigentes, treinadores, empresas e atletas.
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O processo inclui uma dívida de R$ 18,2 milhões, dividida entre 334 credores. Eles são separados em classes diferentes: trabalhistas, quirografários e micro ou pequenas empresas. A maior delas é referente às dívidas geradas pelos vínculos de trabalho, que somam 254 pessoas e R$ 13,3 milhões.
Entre os maiores na categoria trabalhista estão o ex-treinador Adilson Batista, para quem o tricolor deve R$ 885 mil. O técnico ficou no clube por 50 dias e esteve à frente do time por apenas dez jogos.
Em seguida, ainda aparecem o atacante Jael, com R$ 595 mil; o atacante Edigar Junio, com 498 mi; o treinador Arthurzinho, com R$ 447 mil; e o goleiro Matheus Albino, com R$ 380 mil.
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Treinadores, jogadores e empresas: veja a lista de dívidas do JEC em recuperação judicial
Nesta categoria, a lei da recuperação judicial prevê que o prazo para pagamento dos credores não pode ser superior a dois anos. Já no caso das demais classes, as dívidas poderão ser negociadas sem limitações.
Nos bastidores do clube, há um temor de que os credores recusem o pedido de recuperação judicial. Conforme apuração do AN, há sinais de mobilização de advogados para usar o JEC como “exemplo”, preferindo punir o clube com a falência.
A ideia de recusar o pedido seria para evitar a impressão de que “qualquer um pode pedir recuperação judicial”, ou que o processo judicial seja um caminho garantido para que os clubes de futebol abatam parte das dívidas.
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Na manhã desta quarta-feira, integrantes da antiga e atual diretoria ligaram para diversos credores “pequenos”, na tentativa de convencê-los a aceitar e se posicionar a favor da recuperação judicial.
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Caso a maioria reprove o pedido, o Joinville deve recorrer à Justiça para reverter o cenário. Se de fato isso acontecer, o Judiciário é quem vai decidir se o pedido de recuperação judicial do JEC será aprovado ou não. Em caso de recusa, o clube terá que decretar falência.
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Ainda nos bastidores, a tendência é que a diretoria do Tricolor peça adiamento da reunião para apresentar novas propostas de recuperação judicial em uma data futura.
A reportagem do AN entrou em contato com Felipe Lollato, advogado do clube no processo de recuperação judicial, porém, ele diz que não comenta sobre processos em andamento.
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