Os Estados Unidos acordaram nesta sexta-feira com a ressaca de uma semana marcada pela violência. Após a morte de dois negros por policiais em diferentes Estados — na terça-feira, em Louisiana, e na quarta-feira, em Minnesota —, uma manifestação contra o racismo foi interrompida por um tiroteio que culminou na morte de cinco policiais, na noite de quinta-feira, no Texas.
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A série de mortes reacendeu o debate sobre o abuso da força policial no país, principalmente contra negros, e levou o presidente a defender uma reforma na polícia. Confira a série de eventos que sacudiram os Estados Unidos nesta semana:
Terça-feira: Alton Sterling é morto na Louisiana
Por volta das 0h30min, a polícia da Louisiana matou a tiros um afroamericano que vendia CDs piratas na porta de uma loja de conveniências, em Baton Rouge. Um vídeo gravado por testemunhas, que mostrava a ação dos policiais, foi postado na internet no mesmo dia e se tornou viral. Nas imagens, é possível ver um policial correndo atrás de Alton Sterling, de 37 anos, antes que outro policial o ajudasse a jogar o suspeito no chão e disparasse contra ele à queima-roupa quatro vezes.
Na mesma noite, um grupo de cerca de 200 manifestantes realizou um protesto na cidade. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos decidiu liderar uma investigação sobre a ação da polícia.
Quarta-feira: Philando Castle é morto em Minnesota
Uma mulher, identificada como Diamond Reynolds, filmou pelo seu celular e transmitiu ao vivo nas redes sociais a morte do namorado, que foi baleado por um policial após ser parado em uma blitz no final da tarde de quarta-feira. O episódio ocorreu na cidade de Falcon Heights, em Minessota.
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Philando Castile, um homem negro de 32 anos, era funcionário de um refeitório escolar e estava dentro do carro ao lado da mulher e sua filha, de 4 anos, quando foi parado por policiais por estar com um farol queimado. Diamond explicou que o namorado estava buscando sua bolsa para mostrar um documento de identidade ao agente e avisou estar com uma arma de fogo porque tinha licença para portá-la, até que a polícia ordenou que ele levasse as mãos à cabeça. Então, segundo a versão dela, o policial fez “quatro ou cinco” disparos.
Quinta-feira: uma onda de protestos contra violência policial
Um dia após a segunda morte seguida de negros por policiais nos Estados Unidos, uma onda de protestos contra o racismo e a violência policial tomou conta de diversas regiões do país. Em cidades como Atlanta, Nova York, Washington e Filadelfia, milhares de pessoas foram às ruas.
As manifestações fizeram com que o presidente Barack Obama emitisse um comunicado, desde Varsóvia, na Polônia, defendendo a reforma da polícia americana. Obama, que está na Europa para participar de uma cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), apresentou suas condolências às famílias das duas vítimas e afirmou que uma série de reformas recomendadas pela Casa Branca em 2015 deveriam ser implementadas em todo o país.
Já na noite de quinta-feira, um dos protestos em Dallas, no Texas, foi interrompido por um tiroteio que resultou na morte de cinco policiais. Conforme a polícia, um franco-atirador realizou diversos disparos, que feriram também pelo menos outros sete agentes. Micah Xavier Johnson, 25 anos, foi morto e outros três suspeitos chegaram a ser detidos.
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Sexta-feira: investigação em curso e manifestação de Obama

Novamente de Varsóvia, na Polônia, o presidente americano Barack Obama voltou a se manifestar, desta vez condenando o ataque ocorrido em Dallas, que definiu como “perverso, calculado e desprezível”. Conforme Obama, “não há uma justificativa possível para este tipo de ataque ou para qualquer tipo de violência contra as forças de segurança”, uma vez que a polícia “estava zelando pela segurança dos manifestantes”.
* Zero Hora