O último debate presidencial antes da votação do segundo turno, marcada para o próximo domingo (30), é promovido pela TV Globo nesta sexta-feira (28), a partir das 21h30, com expectativa por um formato diferente e tensão acirrada entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), os candidatos na corrida ao Palácio do Planalto.
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Desta vez, o debate da emissora terá o tempo de cada bloco administrado pelos próprios candidatos, para fazerem perguntas, darem respostas, réplicas e tréplicas, diferentemente do que ocorreu no primeiro turno, com tempo fixado aos então sete debatedores.
Serão quatro blocos, dois deles com tema livre, de 30 minutos cada, e os demais com temática determinada pela produção, de 20 minutos.
Assim como no debate anterior, será permitido o direito de resposta em caso de ofensa pessoal, a ser concedido ou não pela produção após pedido do próprio candidato.
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Caso um dos dois falte ao debate, o programa será convertido em uma entrevista de 30 minutos com o candidato que tiver ido ao estúdio no Rio de Janeiro.
Quanto ao tom do debate, a expectativa de especialistas consultados pelo Diário Catarinense é de que ele seja marcado por ataques de ambos os lados, em uma altura da corrida eleitoral em que cada candidato tenta ampliar a rejeição ao concorrente.
— Será um debate tenso, marcado por acusações mútuas, seguindo a linha do que tem sido colocado no horário eleitoral nesta semana — afirma Julian Borba, cientista político e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
— É um enredo final da campanha eleitoral que demonstra uma clara polarização política no Brasil, uma divisão abissal — diz o economista Eduardo Guerini, docente da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
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Borba diz acreditar que Bolsonaro pode levar ao debate novos ataques ao sistema eleitoral e a denúncia levantada por sua campanha nesta semana da suposta fraude nas inserções de propaganda gratuita dos candidatos em rádios.
Já Guerini afirma crer que eventos recentes que colocaram o presidente como alvo também devem surgir, como a discussão sobre reajuste do salário-mínimo e o atentado armado do ex-deputado Roberto Jefferson contra agentes da Polícia Federal.
Embora a expectativa seja de ânimos exaltados, o debate deve ter pouco potencial de alterar os rumos da eleição. Ambos os analistas lembram que 90% dos eleitores, conforme mostram pesquisas recentes, já têm seu voto definido.
— Existe uma parcela de indecisos, de cerca de 5%, que pode ser mais influenciada pelo debate — diz Borba, que cita a necessidade de considerar que só uma parte desse grupo deve assistir ao encontro entre os candidatos.
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— Creio que o debate terá mais a função de esclarecer pontos que ainda estavam nebulosos nos programas dos candidatos e não terá muita influência na decisão do eleitor ou no resultado da eleição — emenda Guerini.
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