O tsunami meteorológico que atingiu a cidade de Jaguaruna, no litoral Sul do Estado, nesta segunda-feira (3), é um fenômeno considerado incomum, porém capaz de causar destruição. Foram registrados estragos materiais, no entanto, não houve nenhuma vítima. De acordo com especialistas, o tsunami se originou por uma tempestade que faz com que as ondas do mar avancem até a costa.
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O coordenador da Defesa Civil de Jaguaruna, Maicon Laureano, explica que o evento é causado por uma tempestade.
— Shelf Cloud (Nuvem Prateleira) é uma nuvem que forma uma tempestade. A tempestade no mar combinada com a pressão atmosférica e a direção do vento pode criar um tsunami meteorológico. O nome popular disso na região é onda perdida — explica o coordenador.
No caso de Jaguaruna, de acordo com a estação maregráfica de Balneário Rincão, foi registrado um aumento da maré de 1 metro em um curto intervalo de tempo, associado ao evento. Ainda conforme a Defesa Civil do município, a extensão passou de 10 quilômetros.
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— Foram intensas linhas de instabilidade que passaram pelo oceano, favorecendo nuvens carregadas com ventos fortes em superfície. Isso gerou um aumento da pressão atmosférica, e consequentemente a água transbordou, causando o tsunami meteorológico. Já foram registrados outros nos últimos anos — explica o meteorologista Piter Scheuer.
De acordo com o meteorologista, foram registrados outros tsunamis em Santa Catarina, como em 2023 em Laguna, em 2019 em Florianópolis e em 2014 em Balneário Rincão.
Os tsunamis meteorológicos são diferentes dos ocasionados por abalos sísmicos (terremotos), tendo um impacto destrutivo menor, porém ainda sim alarmante. Em Jaguaruna, as ondas grandes, combinadas com vento e pressão atmosférica, causaram quedas de muros, árvores, destruição de ponte, além de danos em vias e em casas próximas ao mar.
— Não tivemos danos humanos apenas pelo horário do evento, por volta da 1h da madrugada de segunda-feira (2). Se ocorresse no fim de semana, com os balneários cheios, poderíamos registrar muitas vítimas — complementa Maicon Laureano.
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Vale lembrar que esse tipo de evento climático ocorre com mais frequência no litoral catarinense por conta da presença de praias mais abertas. Pontos com dunas e vegetação geralmente são menos atingidos do que locais totalmente abertos.
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