Com o retorno ao poder do movimento extremista Talibã no Afeganistão, imagens de desespero dos afegãos tentando fugir do país até mesmo pendurados em aviões fez surgir uma dúvida quanto a quem são as pessoas que dominaram o local. Mas afinal, o que é o Talibã?

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Antes de definir o que é de fato o grupo Talibã, é necessário lembrar que ele já esteve no comando do Afeganistão e atuava na região fortemente até o ataque as torres gêmeas em 11 de setembro de 2001. 

Além disso, também é preciso relatar a importância da região do Afeganistão para países como a China, a Rússia e os Estados Unidos. Isso porque o país está localizado no meio do continente Asiático e é por lá que passam as principais rotas do comércio mundial, incluindo a rota da seda.

O que é Talibã

Talibã é um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico dinfundido no Paquistão
e no Afeganistão com um grupo de pessoas em meados de 1994. No Outono daquele ano, cerca de 50 estudantes muçulmanos que não estavam satisfeitos com o caos do país, reuniram-se em Sansigar, a cerca de 40 quilómetros de Khandahar (segunda maior cidade do Afeganistão) com a ideia de desarmar os bandos, acabar com os crimes e estabelecer a Xaria.

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Como surgiu o Talibã

O Talibã surge como um grupo ainda mais radical que fazia parte dos mujahidins, assim como a Al Qaeda, do terrorista Osama Bin Laden, todos com apoio americano durante o conflito com os soviéticos

Em 1994, ano em que foi instituído, o Afeganistão ainda estava devastado pela guerra de 10 anos contra os soviéticos, entre 1979 e 1989, e por outros conflitos.

Os membros do Talibã eram formados nas madrasas (escolas de estudos islâmicos) do país vizinho Paquistão, onde esse grupo de islâmicos sunitas encontrou refúgio durante o conflito com os soviéticos. Eles eram liderados pelo misterioso mulá Mohamad Omar, que morreu em 2003.

Os talibãs prometeram restaurar a ordem e a justiça e cresceram rapidamente. Tiveram uma série de conquistas territoriais até que em 27 de setembro de 1996 ocuparam Cabul. Eles expulsaram o presidente Burhanuddin Rabbani e executaram publicamente o ex-presidente comunista Najibullah.

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O Talibã exerceu o poder no Afeganistão entre 1996 e 2001, até a ocupação das tropas americanas ocorrida após o ataque de 11 de setembro.

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Saída do Talibã do poder

Após os ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, executados pela Al-Qaeda, houve uma recusa do regime Talibã em entregar Bin Laden, da aliada Al Qaeda. Com isso, o governo dos Estados Unidos e os aliados da OTAN lançaram uma ampla operação militar no país em 7 de outubro do mesmo ano.

Em 6 de dezembro, o regime do Talibã caiu. Os líderes do grupo fugiram junto com os da Al-Qaeda para o sul e leste do país e também para o Paquistão.

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O que o Talibã defende

O Talibã é considerado um grupo radical da corrente sunita e defende uma teocracia de cunho islâmico. Consiste no funcionamento do Estado com base no Alcorão e na Sharia, sistema de leis baseado no islamismo. O professor de História das Relações Internacionais da Univali, Itamar Siebert, explica que no Ocidente esse conceito costuma ser chamado de fundamentalismo.

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