A saúde mental é parte integrante e indissociável da vida das pessoas. Mas ao buscar equilíbrio e uma qualidade de vida plena, somente a questão física não é suficiente para dar conta de todos os desafios do dia a dia. Nesse sentido, é cada vez mais comum ouvir relatos de pessoas em surto psicótico.

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Prevenir e tratar tem sido a melhor saída para de todas as idades. Vamos entender melhor sobre este tema?

O que é um surto psicótico?

De acordo com especialistas, o surto psicótico é uma alteração temporária do estado mental do indivíduo. Normalmente, ocorre sem aviso prévio, de maneira inesperada.

Quem está em surto psicótico é incapaz de ter contato com a realidade. Sua percepção sobre um acontecimento não é baseada no que é real. Muitas vezes, tem dificuldade de entender o que ocorre no seu entorno.

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Cabe dizer que a palavra “surto” é usada para descrever mudanças de comportamento inesperadas ou descomunais diante de fatos corriqueiros. Contudo, diferentemente do que acontece em situações cotidianas, como um acesso de raiva durante uma discussão mais acalorada ou uma briga, geralmente, o surto psicótico se dá repentinamente.

É importante esclarecer que o surto psicótico é um transtorno mental que não o define como a doença em si. Mas sim, um sintoma de uma outra patologia.

Isso quer dizer que, normalmente, o surto psicótico está associado a outros distúrbios mentais, como ansiedade, depressão, transtorno bipolar, pensamentos ou ideias suicidas. E, em casos mais graves, transtornos do espectro da esquizofrenia.

Principais sintomas de surto psicótico

  • Alucinações
  • Dissocia o real e da fantasia
  • Delírios
  • Ilusões

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Alucinações

A pessoa acusa presença de sons, imagens ou sensações que não existem;

Dissocia o real e da fantasia

Mesmo havendo evidências mostrando o contrário, o indivíduo em surto cria situações fictícias, sem base na realidade;

Delírios

Como em histórias fictícias, a pessoa em surto psicótico acredita que o vizinho quer roubá-lo ou matá-lo, por exemplo, além de desenvolver mania de perseguição;

Ilusões

No processo de surto, há distorções da realidade. Por isso, a pessoa vê uma cadeira e acredita que esse objeto seja um animal, por exemplo.

Esses sintomas podem ser acompanhados de agressividade, gritos, choro, ansiedade e linguagem obscena.

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É preciso esclarecer, também, que um surto psicótico em uma pessoa sem diagnóstico de doença psiquiátrica, não crava, categoricamente, que ela sofre de algum tipo de psicose.

Por isso, é muito importante que haja uma avaliação criteriosa realizada por profissionais da psiquiatria e neurologia. Tudo para que se possa descartar ou não uma alteração cerebral ou mental associada ao surto psicótico.

Surto psicótico e esquizofrenia

Diferentemente do surto psicótico, a esquizofrenia é uma doença crônica que pode ou não ter sintomas psicóticos, como alucinações, delírios e paranóia. Sintomas, aliás, de quem está em surto.

Entretanto, nem sempre uma pessoa esquizofrênica terá estes sintomas mais visíveis. Em geral, quem é acometido por esta patologia sofre da falta de repertório do pensamento e da fala; rigidez afetiva; incapacidade de sentir emoções e prazer; isolamento social e apatia.

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Cabe lembrar que o surto psicótico é uma perturbação mental, que faz com que o indivíduo não consiga se conectar com a realidade, como já dissemos. Por isso, é comum criar delírios e alucinações sobre situações e objetos que não existem, por exemplo.

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Quem pode ter um surto psicótico

Qualquer pessoa pode sofrer um surto psicótico. Contudo, há indivíduos mais propensos graças ao componente genético e ao histórico familiar. Episódios psicóticos podem acontecer tanto em pessoas com esquizofrenia, transtorno bipolar ou delirante como em situações de estresse, trauma ou até mesmo pós-parto.

Os sintomas psicóticos podem se manifestar da infância à velhice. No entanto, seu início é mais comum em adolescentes e adultos jovens, com até 40 anos. Os surtos são mais frequentes em homens, muito embora aconteçam em mulheres também.

Importante dizer que esses transtornos também podem ser desencadeados por substâncias psicoativas, como álcool, anfetamina e cocaína, entre outras drogas. Já os surtos podem decorrer do uso de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Tudo isso pode intensificá-los, tornando-os mais frequentes, intensos ou com longa duração.

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Duração do surto psicótico

Não é possível definir a duração de um surto psicótico. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) fez estudos que demonstraram que é impossível estabelecer o tempo de um surto. O fato é que um episódio psicótico depende de uma série de fatores, como:

  • Quem é o indivíduo;
  • Quais sintomas que se relacionam à psicose;
  • Se há outros transtornos ou comorbidades relacionadas à pessoa.

Outro aspecto determinante para a duração do surto é se a pessoa está ou não sob acompanhamento médico.

Há exemplos em que o surto psicótico dura de 1 dia até 1 mês, enquanto que em casos mais severos podem acompanhar a pessoa pela vida toda. Dessa forma, é importante buscar um profissional da área psiquiátrica para o diagnóstico imediato do caso e iniciar o tratamento.

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Vale dizer que o surto psicótico pode se manifestar de forma secundária. Tudo porque há doenças que podem agravar o quadro, como tumor cerebral, Alzheimer, Parkinson, alguns tipos de epilepsia ou acidente vascular na região encefálica.

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Tratamento para surto psicótico

O surto psicótico não tem cura, mas tem tratamento. Por isso, é de fundamental consultar profissionais da área médica para indicar o melhor recurso terapêutico a ser utilizado com o paciente. Dessa forma, os sintomas podem ser controlados. E o indivíduo pode ter uma rotina mais estável e melhor qualidade de vida.

O tratamento para quem tem surto psicótico deve ser indicado após um diagnóstico minucioso, realizado por especialistas de diferentes áreas do conhecimento. Uma equipe multidisciplinar tem mais subsídios para apontar o melhor procedimento.

Só após uma avaliação médica completa é possível definir qual a melhor técnica a ser utilizada no atendimento às necessidades específicas de cada paciente. Cada caso é um caso, e assim deve ser tratado.

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Entre os principais tratamentos para sintomas psicóticos, estão os medicamentosos e os psicoterapêuticos. Eles podem ser realizados de forma isolada ou em conjunto, dependendo das causas do surto e do estágio da pessoa em questão.

A equipe médica pode indicar o uso de antipsicóticos, como Haloperidol, Olanzapina ou Ziprasidona e benzodiazepínicos.

Somente o médico pode prescrever a medicação, sob risco de causar danos irreversíveis ao paciente. Afinal, no Brasil, é muito comum um parente ou amigo, no intuito de ajudar, sugerir remédios que fizeram efeito para determinada pessoa. A automedicação não pode ser considerada em hipótese alguma.

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Desintoxicação, medicamentos, psicoterapia e internação

Quando o paciente usa substâncias psicoativas, como álcool ou cocaína, por exemplo, os sintomas podem passar após o término dos efeitos da utilização.

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Porém, se isso não ocorrer, serão necessárias outras medidas além da simples desintoxicação para tratar o surto psicótico. Como o uso de medicamentos, acompanhamento psicológico e até mesmo internação.

Contudo, como o surto psicótico não é uma doença em si, o tratamento também terá efeito com a estabilização ou correção do que está ocasionando o distúrbio. O objetivo é neutralizar sua causa.

É importante garantir um ambiente seguro para a pessoa que teve um surto psicótico. Assim como para a equipe que irá tratá-la, evitando estímulos estressantes como ruídos, por exemplo.

Além disso, não é recomendado que haja confronto das ideias delirantes, alucinações ou ilusões que a pessoa tenha tido. Pois isso pode impulsionar ainda mais o ímpeto psicótico, de forma que o indivíduo por adotar comportamentos agressivos.

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Surto psicótico pós-covid

Sim, quem teve covid, principalmente na sua forma mais grave, pode ser acometido por surtos psicóticos. Nesse caso, o distúrbio pode ocasionar mudanças de humor e crises de ansiedade.

Para se ter uma ideia, no auge da pandemia, em 2020, 30% das pessoas atendidas pelo Hospital das Clínicas, de São Paulo, e diagnosticadas com o novo coronavírus, apresentaram transtornos psicóticos. E o mais incrível, metade destes pacientes nunca tinha tido nenhum episódio de transtorno mental.

Não é para menos. Há dois anos, a população em geral teve que enfrentar um vírus desconhecido até então, que provocava infecções capazes de evoluir para casos graves e até levar à morte.

A boa notícia é que 60% dos pacientes que apresentaram surtos psicóticos pós-covid tiveram melhora no quadro psicológico entre três e seis meses.

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Não é recomendado que haja confronto das ideias delirantes, alucinações ou ilusões
Não é recomendado que haja confronto das ideias delirantes, alucinações ou ilusões (Foto: Banco de Imagens)

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Como prevenir o surto psicótico

Especialistas em saúde mental estabelecem o consenso de que é possível prevenir um surto psicótico, com exceção do primeiro episódio. Dito isso, há realmente esforços para identificar precocemente esse transtorno.

O principal aspecto da prevenção é combinar o uso reduzido de medicamentos e o auxílio de sessões de terapia comportamental. Contudo, essa combinação depende de indivíduo para indivíduo, bem como seu histórico familiar de surto psicótico.

Por outro lado, de nada adianta esse procedimento preventivo se há falta de adesão ao tratamento psiquiátrico e exposição a experiências e aos comportamentos que potencializam o surto.

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O núcleo familiar também precisa aprender a lidar com o episódio psicótico, antecipando-os ou minimizando as causas que acarretam o seu surgimento. Outro fator decisivo para prevenir novos episódios é não usar medicação que não seja prescrita pelo psiquiatra.

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