A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) tem sido citada diversas vezes nas últimas semanas devido ao confronto que se iniciou no Leste Europeu, onde a Rússia, como justificativa para invadir a Ucrânia, utiliza a aliança como motivo.
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Liderada pelos Estados Unidos, a Otan foi criada em 1949 com o objetivo de unir países ocidentais contra agressões da União Soviética, país que era dirigido por Moscou e controlava repúblicas que hoje são independentes, como a Ucrânia. No entanto, qual a relação da Otan na guerra entre Rússia e Ucrânia? Qual o objetivo dessa organização? A OTAN possui seu próprio exército? Tudo isso você vai saber na leitura a seguir.
O que é a Otan?
A Otan é uma aliança militar intergovernamental que foi criada após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1949, no período da Guerra Fria. Como uma forma de ajuda mútua entre países que são localizados no Hemisfério Norte e banhados pelo Oceano Atlântico, a Otan surgiu após a explosão de movimentos nacionalistas, que também causaram a Segunda Guerra.
Inicialmente, a ajuda da Otan envolvia assuntos econômicos e militares, de modo a conter a expansão do socialismo na Europa Ocidental e aumentar a influência do capitalismo no local.
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O Tratado de Bruxelas, uma espécie de base da Otan, foi assinado em 1948 pela Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Reino Unido, além de outros países europeus. Seu objetivo era a segurança militar dos envolvidos com a política de segurança coletiva.
No ano seguinte, foi assinado nos Estados Unidos o Tratado de Washington, oficializando o surgimento da Otan e a entrada de novos países como a Alemanha, Espanha e Canadá nos anos seguintes.
Além da cooperação militar, a aliança também foi criada para contribuir com a integração política europeia. Afinal, duas grandes guerras ocorreram no continente por rivalidade de governos. Dessa forma, a aliança entre os países poderia impedir um terceiro conflito.
Após alguns anos, percebeu-se que isso não daria certo. Por esse motivo, o continente integrou-se no campo da economia, como a consolidação da União Europeia, nos anos 90.
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Objetivo da Otan
Surgindo em um contexto histórico da Guerra Fria e do acirramento de tensões políticas, militares e ideológicas, que não existem mais, a Otan alterou seus objetivos desde sua fundação.
De acordo com a própria organização, a Otan tem como função “garantir a liberdade e a segurança dos seus membros por meios políticos e militares”. Desse modo, a Otan existe para proteger seus membros das seguintes maneiras:
- por meio de ações políticas, diplomáticas, com a intenção de prevenir conflitos;
- por meio de ações militares, essas ocorrem quando as ações pacíficas fracassam, sendo necessário uso da força para garantir a segurança coletiva dos envolvidos.
Para que ocorram, as ações militares precisam ser aprovadas no Conselho do Atlântico Norte por todos os países-membros. Assim, as ações podem acontecer de três formas:
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- defesa coletiva (quando um país-membro precisa de ajuda);
- sob um mandato da ONU;
- em parceria com outros países não-membros da Otan.
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Países membros da Otan
Inicialmente, a Otan foi formada por 12 membros-fundadores da América do Norte e da Europa (EUA, Canadá, Reino Unido, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Noruega, Holanda, Bélgica, Islândia e Luxemburgo). Contudo, a aliança se expandiu e hoje conta com 30 membros. São eles:
- Albânia – 2009
- Alemanha – 1955
- Bulgária – 2004
- Croácia – 2009
- República Tcheca – 1999
- Estônia – 2004
- Eslováquia – 2004
- Eslovênia – 2004
- Espanha – 1982
- Grécia – 1952
- Hungria – 1999
- Letônia – 2004
- Lituânia – 2004
- Montenegro – 2017
- Macedônia do Norte – 2020
- Polônia – 1999
- Romênia – 2004
- Turquia – 1952
Otan e soldados
A Otan atua de forma militar com a soma das tropas de seus países-membros, por isso, não tem um exército próprio da organização. Para que a aliança se mantenha forte, cada país é obrigado a investir 2% do próprio PIB em gastos relacionados à Defesa. Entretanto, nem todos os países cumprem essa meta.
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Em casos de invasão, não há um exército único a ser deslocado para a região. A Otan conta com a soma das forças dos integrantes, representando um poder militar superior aos de cada país.
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Otan na guerra entre Rússia e Ucrânia

A posição da Rússia diante da possibilidade da Ucrânia ingressar na Otan foi uma das principais causas do aumento da pressão no Leste Europeu. A Ucrânia ainda não é parte da OTAN e, ainda que não se tenha expectativa para que a sua entrada seja breve, a hipótese do estreitamento de laços com países ocidentais foi encarada pela Rússia como uma ameaça à sua soberania no Leste da Europa.
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu garantias ao Ocidente de que a aliança não iria expandir para o Oriente, incluindo na Ucrânia. No entanto, o pedido não foi atendido, frustrando o governante.
Com a mobilização de milhares de soldados russos para a fronteira da Ucrânia, a Otan reagiu aumentando sua presença no Leste Europeu. A invasão russa aconteceu após declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao dar um ultimato à Otan pedindo a entrada de seu país na aliança.
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Atualmente, o confronto é marcado pela terceira rodada de negociação entre os países. Com isso, Rússia e Ucrânia apresentaram condições conflitantes para encerrar a guerra. A cidade de Kiev exige que as tropas russas deixem seu território pré-condições.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, cobrou os países do Ocidente por mais armamentos, além de uma “zona de exclusão aérea” que impeça bombardeios russos. Até o momento, o ataque russo já deixou mais de 350 civis mortos. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), já são mais de 368 mil refugiados da guerra.
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