A morte de uma jovem de 21 anos em decorrência de um câncer raro chamou atenção em Ponta Grossa, no Paraná. Letícia Boaron era estudante de Medicina e morreu no último dia 10 de fevereiro, após tratar a doença por quase dois anos. As informações são do g1.

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Letícia descobriu o câncer após sentir fortes dores de cabeça. Na época, ela vivia em Buenos Aires, na Argentina, e levou cerca de um mês para ter o diagnóstico correto. Ao g1, a mãe dela, Andreza Boaron, contou que a jovem inicialmente foi diagnosticada com sinusite. Após ter uma convulsão, uma tomografia mostrou o tumor e Letícia foi operada às pressas.

Quando acordou, ela estava sem os movimentos do lado esquerdo do corpo. Letícia, então, voltou para Ponta Grossa e iniciou o tratamento contra o câncer. Ela faleceu um ano e 11 meses depois, superando a expectativa média de vida dos pacientes diagnosticados com glioblastoma, que é de um ano.

— Não tinha quem não gostasse dela, a Letícia tinha o poder de cativar as pessoas. Tinha muita fé, falava que Jesus queria levá-la e que ela ia sentir saudades dos pais e dos três irmãos — disse a mãe, Andreza Boaron, ao portal.

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O que é glioblastoma

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), o glioblastoma é o tumor maligno mais comum e agressivo do Sistema Nervoso Central. A doença é rara em jovens. A maior parte dos pacientes tem acima de 50 anos de idade.

Normalmente, o câncer é descoberto quando já está em estágio avançado porque, devido aos sintomas, é difícil de ser identificado, de acordo com o médico neurocirurgião Fabio Viegas.

— Esse é o pior tipo de tumor no cérebro, é o mais letal e não tem cura. Infiltrativo, ele nasce, vai se espalhando e normalmente não causa sintomas expressivos, apenas quando atinge uma área mais específica, como o sistema monomotor ou a visão do paciente — exemplifica o especialista.

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De acordo com Viegas, a dor de cabeça é o primeiro e mais comum sintoma deste tipo de câncer. Outros sintomas comuns são convulsões e sensações de formigamento, complementa o médico.

A dificuldade de diagnóstico está no fato de que a “cefaléia”, termo médico para dores de cabeça, pode ser reflexo de uma série de problemas – e, ao mesmo tempo, de nenhum. Por isso, a recomendação é que se procure um especialista quando dores de cabeça se tornam contínuas ou muito fortes.

— Se a dor persiste por mais de uma semana e a pessoa já tomou remédios e não melhorou, ou então se é tão intensa como nenhuma outra que já sentiu na vida, é hora de ir ao médico.

O diagnóstico é feito via tomografia ou ressonância magnética. O tratamento, conforme o especialista, é feito via cirurgia para retirada do tumor, além de radioterapia e quimioterapia. De acordo com a Associação Americana de Neurocirurgiões, a incidência de casos de glioblastoma é de 3,21 a cada 100 mil pessoas.

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