Por definição, o comunismo é um sistema político e econômico que tem como objetivo a criação de uma sociedade sem classes, onde todos os bens são de propriedade comum e cada pessoa trabalha e recebe de acordo com suas necessidades.
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A teoria comunista foi criada por Karl Marx e Friedrich Engels no século XIX, com a publicação do “Manifesto Comunista” em 1848. Nesta reportagem, vamos relembrar as origens do comunismo, sua história, assim como qual o motivo por trás das muitas polêmicas envolvendo o tema.
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Entenda o que é comunismo e suas origens
Breve história e origens
O comunismo surgiu como uma resposta às desigualdades provocadas pelo capitalismo durante a Revolução Industrial, especialmente entre os séculos XVIII e XIX. No século XIX, a rápida industrialização transformou as economias europeias, mas também trouxe grandes disparidades sociais e econômicas. As condições de trabalho nas fábricas eram frequentemente desumanas, com longas jornadas, baixos salários e ambientes inseguros. Crianças e mulheres eram amplamente exploradas, trabalhando em condições insalubres e perigosas. A classe trabalhadora vivia em condições precárias, enquanto os donos das fábricas e os capitalistas acumulavam riquezas.
Karl Marx e Friedrich Engels, observando essas injustiças, criticavam a exploração dos trabalhadores e a concentração de riqueza nas mãos de poucos. Em 1848, publicaram o “Manifesto Comunista”, no qual argumentavam que o sistema capitalista era intrinsecamente desigual e insustentável, levando à alienação dos trabalhadores e à criação de uma vasta divisão de classes. Eles propunham uma revolução proletária que resultaria na abolição da propriedade privada dos meios de produção e na criação de uma sociedade igualitária.
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Comunismo na prática
A teoria comunista foi adotada por vários países ao longo do século XX, mas sua implementação prática variou bastante. Entre os principais países que se declararam comunistas, destacam-se:
- União Soviética: Após a Revolução Russa de 1917, liderada por Vladimir Lênin, a União Soviética tornou-se o primeiro estado a se declarar comunista. Sob o governo de Josef Stalin, o país passou por um rápido processo de industrialização, mas também enfrentou repressão política e fome em massa.
- China: Em 1949, Mao Zedong proclamou a República Popular da China, adotando o comunismo como ideologia oficial. A China passou por várias reformas, incluindo o Grande Salto Adiante e a Revolução Cultural, que tiveram impactos profundos e, muitas vezes, catastróficos na sociedade chinesa.
Diferenças entre países comunistas
Apesar de compartilharem a ideologia comunista, a União Soviética e a China implementaram políticas distintas. A União Soviética seguiu um modelo de planejamento central rígido, enquanto a China, especialmente após as reformas de Deng Xiaoping na década de 1980, começou a incorporar elementos de mercado em sua economia, resultando em um modelo conhecido como “socialismo com características chinesas”.
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Por que o Comunismo tornou-se associado a algo ruim?
O comunismo tornou-se associado a algo negativo principalmente devido às experiências históricas em países que adotaram essa ideologia. Governos comunistas, especialmente na União Soviética e na China, foram marcados por alguma forma de autoritarismo, repressão política, falta de liberdades individuais e econômicas, além de crises humanitárias como fome e perseguições. Estes eventos geraram um legado de sofrimento e ineficiência econômica que marcou profundamente a percepção pública sobre o comunismo.
Outras perspectivas: embargos e interferências externas
Existem também vertentes de pensamento que atribuem a ineficiência de muitos países comunistas a fatores externos, como embargos e sanções internacionais. Um exemplo marcante é o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos a Cuba, após a Revolução Cubana liderada por Fidel Castro em 1959. Este embargo, que inclui restrições comerciais e financeiras, é apontado por muitos analistas como um fator significativo que contribuiu para as dificuldades econômicas enfrentadas por Cuba e outros países.
O que é o Comunismo, de fato?
Na teoria, o comunismo visa criar uma sociedade onde não há classes sociais nem propriedade privada, promovendo igualdade e cooperação entre todos os membros da sociedade. Assim como algumas tentativas de implementar essa teoria na prática enfrentaram desafios significativos, outros países como a China, se reinventaram e criaram seu próprio modelo de comunismo.
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Relação entre Socialismo e Comunismo
De acordo com a teoria marxista, o socialismo é uma etapa intermediária entre o capitalismo e o comunismo:
- Capitalismo: Fase onde a propriedade privada e as desigualdades de classe predominam.
- Socialismo: Fase de transição onde o estado assume o controle dos meios de produção e trabalha para reduzir desigualdades e construir uma economia planificada.
- Comunismo: Fase final onde não há estado, classes sociais ou propriedade privada, e a sociedade funciona de acordo com o princípio “de cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo sua necessidade”.
Em resumo, o comunismo é uma ideologia que propõe um sistema de igualdade total, mas cuja implementação prática ao longo do século XX encontrou muitos obstáculos, resultando em uma reputação controversa. A compreensão dessa ideologia exige uma análise cuidadosa tanto de suas aspirações teóricas quanto de suas aplicações práticas. Tanto a sociologia, filosofia, história e economia, continuam a estudar sua relevância para o avanço sustentável da sociedade.
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