Comprar à vista ou a prazo? A dúvida não é nova, mas sempre vem à cabeça quando estamos prestes a fazer uma compra. Afinal, o que vale mais a pena e quando é melhor optar por uma ou por outra forma?
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O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Joinville (CDL), Bruno Carlos Silva, recomenda a seguinte estratégia: se o bem é de consumo rápido, como alimentação e combustível, o melhor é comprar à vista ou no máximo na opção uma vez no cartão de crédito, pois se tem a noção exata do peso daquele valor ainda dentro do mês.
Já quando se trata de uma compra de produto de consumo de médio prazo, como uma máquina de lavar ou uma TV, a dica é esperar o máximo possível e ir aplicando o dinheiro da eventual prestação.
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– Dessa forma, você ganha tanto com a aplicação, que pode ser em algum fundo de renda fixa ou poupança, quanto na hora de negociar o preço à vista. De modo geral, o desconto pode chegar a 10% do valor final – ensina Bruno, com conhecimento de causa.
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Há mais de cinco anos, ele não usa cartão de crédito, pois chegou ao limite de comprometer 50% da renda com o pagamento da fatura. Aprendeu a lição e hoje se considera um consumidor mais consciente.
Quando a compra for de um carro ou de um imóvel, o parcelamento é quase inevitável, mas é preciso ter cautela para não cair em ciladas, pois os juros para as compras a crédito estão nas alturas, com os sucessivos aumentos da taxa Selic pelo Banco Central.
A professora de economia da Universidade Região de Joinville (Univille) Eliane Maria Martins considera que nem sempre a compra a prazo é um desastre.
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– Se o valor à vista for igual ao a prazo e você não conseguir nenhum desconto com pagamento na hora, é melhor fazer parcelado – afirma Eliane.
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Mas é preciso ficar atento ao quanto esse parcelamento pode abocanhar do salário. De acordo com a professora, o ideal é que as compras parceladas não comprometam mais do que 20% do total de renda da família. Diante do cenário econômico atual, é importante comprometer o menos possível a renda com despesas fixas. Nesse caso, são indispensáveis uma boa dose de disciplina, planejamento das despesas e educação financeira para manter as contas em dia. E se olharmos os números recentes do SPC Brasil e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), não estamos nada bem nesse quesito.
Segundo pesquisa recente das duas entidades, o número de consumidores com contas atrasadas e registrados nos cadastros de inadimplência voltou a subir. Após apresentar o pior resultado semestral dos últimos três anos, os dados mostram um aumento de 4,47% em julho em relação ao mesmo mês do ano passado. Já o número de dívidas em atraso teve uma variação positiva de 4,99%, também na comparação anual.
A estimativa é de que aproximadamente 57 milhões de consumidores no País estejam listados em cadastros de inadimplentes por causa de pendências com atraso de pagamento de empréstimos bancários, contas de serviços e pagamentos ao comércio. Desta forma, praticamente quatro em cada dez brasileiros adultos têm o “nome sujo”.
Primeiro, dinheiro na poupança. Depois, a compra
O analista financeiro Sergio Bruno Buassali, 25 anos, é do time dos que preferem aguardar um pouco, juntar dinheiro e depois comprar. Ontem à tarde, ele negociou a compra de um barbeador elétrico em uma das lojas do Centro de Joinville. O produto estava em promoção e ele conseguiu R$ 120 de desconto por pagar à vista.
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– Evito ao máximo fazer dívidas. Prefiro sempre pagar na hora – revela.
Ele lembra que as duas vezes em que parcelou alguma compra foi para pagar um curso e quando comprou um computador. Mas Sergio tem uma dica interessante para quem não quer esperar para ter todo o dinheiro para comprar: às vezes, para aproveitar uma promoção, vale a pena comprar, pois não se sabe se o produto vai estar com o preço menor até o próximo mês.
Na opinião do analista financeiro, isso só compensa quando não houver cobrança de juros na compra a prazo.
– Temos que evitar pagar juros, pois não faz bem para a saúde financeira de ninguém – afirma.
