A Lei Marcial é uma medida que dá poderes quase ilimitados às forças armadas para controlar algum determinado país em situações de crise. Com ela, os militares assumem o comando, podem suspender direitos como liberdade de expressão e movimentos populares, e até impor toques de recolher. A ideia é manter a ordem em tempos de guerra, conflitos ou caos interno, mas, ela costuma trazer muita controvérsia.

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Nesta terça-feira (03), a Coreia do Sul decretou a Lei Marcial como parte de uma estratégia para “combater o comunismo”. Isso significa maior controle sobre a população, incluindo vigilância rígida e a possibilidade de repressão contra atividades ou ideias que o governo considera ameaçadoras, como as que vem da vizinha Coreia do Norte. A decisão já gerou polêmica dentro e fora do país. Contudo, a Lei Marcial foi revogada pelo Parlamento horas após anúncio do presidente.

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Entenda como é a Lei Marcial da Coreia do Sul

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, chegou a dizer que a legislação serviria para identificar “elementos pró-Coreia do Norte” e “combater o comunismo”. Confira o que ficaria proibido caso o Parlamento mantivesse a Lei Marcial:

  • Proibição de atividades políticas: Assembleias, manifestações e protestos ficam suspensos, assim como atos contra o sistema democrático liberal.
  • Controle da mídia: Todos os meios de comunicação passam a operar sob supervisão direta do Comando da Lei Marcial.
  • Fim de greves e paralisações: Qualquer ação que cause caos social é vetada, e profissionais, como médicos em greve, devem voltar ao trabalho em até 48 horas, sob risco de punição.
  • Restrição à opinião pública: Notícias falsas e manipulação de informações são reprimidas.

Por que a Lei Marcial é preocupante?

Embora seja apresentada como uma solução para crises, a Lei Marcial tem um histórico complicado e longe da democracia. Em países como Filipinas e Tailândia, ela foi usada não só para lidar com conflitos, mas também para silenciar opositores e censurar a imprensa.

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Na Coreia do Sul, o uso da Lei Marcial levanta temores de autoritarismo. Organizações de direitos humanos já alertaram que a medida pode ser usada para controlar mais do que apenas ideias comunistas, atingindo também críticos do governo ou grupos vulneráveis.

Segurança ou liberdade?

Essa medida reacende um debate antigo: até que ponto é aceitável abrir mão de liberdades para garantir segurança? De um lado, o governo defende que é uma resposta necessária para proteger o país. Do outro, críticos temem que a Lei Marcial seja usada como desculpa para consolidar o poder e reprimir vozes contrárias.

A história mostra que medidas tão drásticas quase sempre têm consequências a longo prazo. Mesmo que tragam alguma estabilidade momentânea, de acordo com especialistas políticos e de relações internacionais, elas podem enfraquecer instituições democráticas.

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