Todo mundo quer ser feliz. Todos buscamos por um estado constante de alegria que pode possuir muitos significados e interpretações diferentes dependendo da cultura, religião, visões de mundo ou até mesmo o que a ciência tem a nos dizer sobre o assunto.
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Segundo o dicionário, a felicidade pode ser definida como “uma sensação real de satisfação plena e bem-estar”, “estado de contentamento, satisfação e júbilo” ou “condição da pessoa feliz, satisfeita e alegre”. Mas será que essas definições dão conta de toda a complexidade da questão de felicidade humana?
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Entenda como diferentes crenças e saberes definem a felicidade
A felicidade segundo a religião
Desde que se tem relatos sobre as reflexões acerca da felicidade, a religião foi uma precursora importante destes debates. Veja a seguir as diferentes definições de felicidade segundo as religiões mais populares:
Zoroastrismo
O zoroastrismo, religião idealizada por Zoroastro, foi uma das primeiras as quais temos registro que definiu a felicidade. Segundo esta crença, a felicidade seria “um lugar ao abrigo do fogo e dos animais ferozes; mulher, filhos e rebanhos de gado”.
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Budismo
Religião desenvolvida por Sidarta Gautama por volta do século VI a.C., o budismo enxerga a felicidade como uma superação do objeto do desejo em todas as suas formas, assim como um aproveitamento profundo do presente. A não-violência, disposição mental e identificação do que nos causa a “infelicidade” também são temas centrais para o alcance da felicidade segundo o budismo.
Cristianismo
Para o cristianismo, a felicidade está diretamente ligada à prática do amor ao próximo, assim como a íntima relação com Deus. Temas como a negação de desejos carnais e luta pela justiça também são centrais para a compreensão do que é a felicidade para os fiéis nos ensinamentos de Cristo.
Islamismo
Para Maomé, fundador da fé Islã, a felicidade estaria condicionada à caridade e crença da vida após a morte. Esta crença também enfatiza que a verdadeira felicidade não está nas riquezas e nas posses, mais na constante busca pelo enriquecimento da alma.
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A felicidade segundo a filosofia
Filosofia Grega Clássica
Para Aristóteles, a felicidade se encontrava na “atividade da alma conforme a virtude”, devendo ser interpretada como um bem supremo com um fim em si mesmo. Para a filosofia grega, a razão era vista como um objeto importante, de forma com que a felicidade também deveria ser adquirida através do uso das faculdades da razão para sempre buscar as virtudes humanas, e não seus vícios, alcançando assim, a felicidade.
Epicurismo
A filosofia para Epicuro, pensador grego do século IV a.C, tinha como objetivo final o alcance da felicidade. Segundo ele, a moderação era o segredo. Defendeu que o equilíbio entre os desejos do corpo deveria ser a busca pela felicidade humana, que teria como consequência uma alma sem perturbações.
Iluminismo
O Iluminismo foi um movimento filosófico do século XVIII que priorizava a razão em detrimento da fé. Jean-Jacques Rousseau, filósofo iluminsta e precursor do Romantismo, defendia que o ser humano era feliz em essência, mas que havia perdido este estado devido ao avanço da civilização e o afastamento do homem e a natureza.
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Positivismo
Segundo o Positivismo de August Comte, que valorizava o conhecimento científico e a razão, a felicidade deveria ser alcançada apenas através do altruísmo e a solidariedade entre os seres humanos. É importante lembrar que a ordem, o progresso e a ciência como forma de religião eram temas centrais para a filosofia positiva.
Marxismo
Karl Marx defendeu no século XIX que a divisão de classes proporcionada pelo capitalismo colocava os seres humanos em um estado de desigualdade. O consumismo também seria um fator que afasta as pessoas do pleno alcance da felicidade, segundo o filósofo. Sendo assim, apenas através de uma sociedade igualitária e sem classes sociais que podemos alcançar a verdadeira felicidade segundo o Marxismo.
A felicidade segundo a psicologia
Sigmund Freud
Segundo Freud, o criador da Psicanálise, a felicidade plena seria impossível de ser alcançada, pois, segundo ele, o mundo real seria insuficiente para satisfazer os nossos desejos. Dessa forma, o psicólogo defendia que apenas conseguimos chegar ao alcance de uma “felicidade parcial”.
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Psicologia positiva
Para a Psicologia Positiva, a felicidade está condicionada a um estado de plenitude em que o ser humano é responsável por ser positivo, ter gratidão e alcançar a sua própria felicidade sem depender de outros ou de Deus.
Culto do indivíduo
Atualmente, algumas correntes da psicologia defendem que a felicidade humana se tornou condicionada à sua performance pública, uma vez que devido à ascenção da internet e das mídias digitais, estamos constamente comparando a nossa felicidade com a aparente felicidade de outras pessoas. Para o psicólogo brasileiro Joel Birman, a infelicidade se encontra no “fracasso performático do sujeito”.
Todas essas percepções são apenas fragmentos da complexidade do debate sobre a felicidade em toda a produção de conhecimento humano. O debate continua em desenvolimento em todos os ramos da filosofia e da ciência, ao passo em que expandimos nossas percepções acerca da realidade, e do que significa “estar bem”.
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