O conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas já deixou mais de 4 mil mortos, além de prédios, casas e espaços públicos destruídos. A guerra começou no sábado (7), e de acordo com o balanço oficial, o confronto já é o mais mortal no território desde 2008. Muitos brasileiros se manifestaram em atos pró-israelitas e pró-palestinos, visto que o conflito já matou civis de ambas as nacionalidades. Veja como se manifestam israelitas e palestinos em Santa Catarina.
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Israelitas
Segundo a Confederação Israelita no Brasil (CONIB), estima-se que a comunidade judaica no Brasil seja de 120 mil pessoas, a segunda maior da América Latina. Na tarde de quarta-feira (11), a Confederação divulgou a seguinte nota:
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“A CONIB condena o vil ataque terrorista em larga escala contra Israel promovido pelo grupo terrorista palestino Hamas e seus apoiadores. A comunidade judaica brasileira se solidariza com Israel e seu povo e urge as autoridades brasileiras a condenarem com máximo vigor esse ato de guerra e terror injustificável sob qualquer aspecto. Israel defenderá seus cidadãos diante desse ataque, como qualquer país faria.”
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Os israelitas se manifestam contrários à reivindicação do território por parte dos palestinos, e repudiam o ataque extremista do Hamas, considerado um grupo terrorista. A professora de judaísmo e líder espiritual da União Israelita do Vale da Região do Itajaí, Ethel Scliar, considera que:
— Mesmo de longe, mesmo presenciando tanto ódio, não perdemos a esperança – que é o nome do hino de Israel. Sem esperança, nada somos. O que podemos fazer? Cada pessoa, cada pai e mãe, cada jovem, é responsável por colocar sua pedrinha para construir a paz. A paz, em todos os sentidos, a Paz com letra maiúscula. Ela envolve muito, muito mais do que cessar a guerra. A Paz não é o contrário da guerra. A Paz é o contrário do ódio. Para estarmos em Paz, precisamos construir um espaço de harmonia, curar as fraturas de nosso mundo tão sombrio. Podemos fazer isto em todos os lugares: em nossa casa, com nosso vizinho, nas escolas, nos espaços de trabalho. Dizendo não ao ódio, à discriminação, à exclusão. Todos devem condenar os atos terroristas.
Ethel já esteve diversas vezes em Israel, e está em processo de formação rabínica pelo Instituto Iberoamericano de Formação Rabínica, e acredita que será a primeira mulher rabina do estado de Santa Catarina.
Palestinos
A Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL) é a entidade que representa os cerca de 60 mil imigrantes e refugiados palestinos e seus descendentes vivendo no Brasil. A Federação também repudia a guerra e publicou a nota “O Direito à Autodefesa dos Palestinos”, onde declara:
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“… Buscamos uma solução que garanta a paz e a segurança na Palestina, com as premissas históricas básicas: o direito de retorno dos refugiados e a implementação de todas as resoluções da ONU ignoradas por “Israel” e o fim do Apartheid. Só haverá paz na Palestina com a restauração dos direitos nacionais, civis e humanitários do povo palestino e restauração do Estado Palestino soberano, com Jerusalém sua capital.”
Nesse sentido, Rhitan Ahmad, residente de Laguna, com sua família vivendo na região da Palestina, relata como foi sua experiência em sua última viagem a Tel Aviv. Ela estava com seu marido – o prefeito de Laguna, Samir Ahmad – e sua filha de férias, quando o conflito estourou, e precisou sair às pressas de Israel:
— Estávamos visitando nossos familiares na Palestina, e também percorrendo os locais bíblicos, como fazemos de tempos em tempos. Fomos surpreendidos por esta guerra. Passamos por alguns momentos dramáticos, ouvindo as explosões e as sirenes. Mas tivemos muita sorte e conseguimos embarcar para Dubai. O aeroporto de Israel continua lotado de pessoas que não conseguem sair. Diversas companhias cancelaram os voos. O aeroporto também foi alvo de ataque enquanto estávamos lá. Mas graças a Deus pudemos retornar ao Brasil. Que Deus olhe por todos e amenize o sofrimento das famílias e essa guerra termine logo!
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Como o Brasil se posiciona
Quando foi deflagrado o primeiro ataque pelo Hamas, o presidente Lula se disse chocado e classificou o episódio como terrorismo, apesar de não mencionar o nome do grupo envolvido.
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“Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje [sábado] contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas”, escreveu o petista.
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Ele afirmou ainda que empenhará esforços para chegar a um solução pacífica, que contemple reivindicações territoriais de judeus e palestinos. O Brasil assumiu este mês a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, que tinha uma reunião de emergência prevista para este domingo.
“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas. Reafirma que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina”, publicou ainda Lula.
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*Sob supervisão de Andréa da Luz
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