O pedido de demissão do ex-juiz Sergio Moro do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro provocou reações em toda a política nacional.

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Entre os catarinenses, a saída de Moro foi lamentada por todos os parlamentares. Enquanto alguns pregaram cautela por causa da pandemia de coronavírus, outros já deixaram clara a necessidade de investigação sobre fatos afirmados pelo agora ex-ministro Moro.

Confira abaixo a repercussão entre deputados federais de SC sobre a saída de Moro e das denúncias feitas pelo agora ex-ministro sobre a tentativa de interferência de Bolsonaro no comando da Polícia Federal:

Angela Amin (PP)

A deputada adotou tom mais cauteloso nas redes sociais e pregou união em uma publicação no Twitter.

– O momento é delicado e exige, sobretudo, serenidade. As instituições e o país são maiores do que as pessoas. É chegada a hora de união em defesa dos interesses do Brasil e de seu povo.

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Carlos Chiodini (MDB)

No Twitter, o deputado disse que surge uma crise política em meio ao momento de pandemia e agradeceu ao ministro Moro.

– O momento é de salvar vidas. Mas infelizmente nasce uma crise política, institucional e jurídica em meio a uma Pandemia. Temos um enorme desafio de manter a pauta econômica na @camaradeputados e vamos fazer isso. Agradecer ao Sergio Moro pelo seu trabalho como Juiz e Ministro.

Carmen Zanotto (Cidadania)

A deputada disse à reportagem receber com tristeza a notícia da saída de Moro, sobretudo por ocorrer em um momento de pandemia do coronavírus, que exige do país unidade para enfrentar os desafios.

– Estamos perdendo pilares do processo do nosso combate à corrupção que a gente havia no país. Não só o governo perde com saída do ministro, mas o país perde. Sobre as afirmações de Moro, são falas fortes que precisam ser investigadas. Essas mudanças interrompem um trabalho, ao menos por um período, no momento em que qualquer hora perdida é muito importante para enfrentar os problemas – afirmou a deputada.

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Deputados federais de SC avaliam saída do ministro
Deputados federais de SC avaliam saída do ministro (Foto: Arquivo NSC)

Caroline de Toni (PSL)

A deputada catarinense que é vice-líder do governo na Câmara também adotou o tom de surpresa com a saída do ministro em uma publicação no Twitter.

– Lamento a saída do ministro @SF_Moro do governo. Ontem a sua equipe nos garantiu que essa história toda não passava de fake news e que o Moro não sairia – como noticiamos. Hoje, porém, fomos pegos de surpresa – resumiu.

A reportagem procurou a deputada para detalhar melhor a opinião sobre o assunto, mas ela não retornou as chamadas até a última atualização desta reportagem.

Celso Maldaner (MDB)

O deputado também lamentou a saída de Moro, enalteceu os feitos do ministro na época da Operação Lava-Jato. Em publicação no Facebook, o deputado defendeu que as instituições não sofram influências políticas, como Moro denuncia ter sido a intenção do presidente Bolsonaro ao mudar o comando da Polícia Federal, mas não os reflexos da decisão no futuro do governo Bolsonaro.

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– Lamento o pedido de demissão do Ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que é um símbolo de combate a corrupção no país. Até sua atuação na Lava-jato, somente "ladrão de galinhas" ia para a prisão, por isso o Brasil perde muito com sua saída. Sua relevante atuação junto ao Congresso Nacional constituiu o pacote anticrime. Espero que as instituições de combate a criminalidade não sejam influenciadas com ações políticas para continuarem atuando com autonomia e isenção democrática em suas ações.

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Coronel Armando (PSL)

A reportagem procurou a assessoria do deputado, que não retornou o contato até a última atualização desta reportagem.

Daniel Freitas (PSL)

O deputado publicou mensagem no Twitter dizendo que na quinta-feira a saída de Moro havia sido negada, mas que nesta sexta “todos fomos pegos de surpresa”. No entanto, ele não comentou a decisão. Procurado pela reportagem, a assessoria informou que o deputado só vai se manifestar após o pronunciamento de Bolsonaro, previsto para as 17h.

Darci de Matos (MDB)

O deputado divulgou mensagem em que também considera a saída de Moro uma perda ao país e diz que o ministro fazia “um belo trabalho no combate à corrupção e ao crime organizado. No entanto, criticou qualquer interferência nos trabalhos da Polícia Federal.

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– Como deputado federal, sempre apoiei o presidente Bolsonaro, mas nesse momento não posso concordar com a interferência política da presidência nos trabalhos internos da Polícia Federal. A Polícia Federal tem que ter autonomia absoluta. Portanto, hoje é um dia triste para o combate à corrupção no Brasil.

Fabio Schiochet (PSL)

O deputado lamentou a saída de Moro, que disse que fará parte dos livros de história como marco do combate à corrupção. Lamentou também porque já havia obtido apoio do ministro para projetos de sua autoria, envolvendo um sistema nacional para mandados de prisão e cadastros de rede hoteleira.

– Entendo que é um duro golpe no combate à criminalidade de toda espécie, afinal, foi de Moro o pacote anticrime com o endurecimento das penas para traficantes – ressaltou.

Geovania de Sá (PSDB)

A deputada considerou que a saída de Moro do governo é uma perda para o país, mas sobre reflexos disso para o governo Bolsonaro, disse que pretende ouvir os dois lados, com o pronunciamento do presidente na tarde desta sexta.

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– Lamento muito, é uma grande perda para o país, que cria uma instabilidade inclusive econômica, até pela história e pelas contribuições que faz Moro à nação brasileira. Tenho respeito e consideração e vejo que Brasil perde com a saída do Moro.

Gilson Marques (Novo)

O deputado não retornou aos telefonemas até a última atualização desta reportagem.

Hélio Costa (Republicanos)

A reportagem não conseguiu contato com o deputado até a última atualização desta reportagem.

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Pedro Uczai (PT)

O deputado comentou o assunto no Twitter. Disse que a saída de Sérgio Moro representa “uma profunda derrota para o governo Bolsonaro” e que “o fim deste governo está ainda mais próximo”.

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Uczai ainda acusou Moro de ter “decidido a eleição” de 2018 em favor de Bolsonaro e disse que o agora ex-ministro saberia de relações da família Bolsonaro com milícias do Rio de Janeiro. O deputado acusou Moro de uma “atuação partidária” enquanto juiz, crítica comum na ala petista, mas destacou o fato de Moro ter ressaltado nesta sexta-feira que mesmo nos governos Lula e Dilma a Polícia Federal tinha autonomia.

– Nós vamos continuar com nossa coerência, criticando o governo de Jair Bolsonaro e também o ex-juiz Sérgio Moro. E o que farão os bolsonaristas? Moro vai virar inimigo? Moro vai virar adversário? – questionou.

Rogério Peninha Mendonça (MDB)

O deputado apenas informou via assessoria que ainda estava “apurando o que aconteceu” e que aguardava o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro sobre o assunto.

Ricardo Guidi (PSD)

– Foi um dia muito triste para o país. Moro tem dado demonstrações de integridade e de ser a principal referência do país no combate à corrupção. O Brasil perde muito com isso. Acho que tem que ser tudo investigado. Não acompanhei a entrevista (de Moro), mas a repercussão não é boa. Vamos aguardar.

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Rodrigo Coelho (PSB)

O deputado não retornou aos telefonemas até a última atualização desta reportagem.