Nos últimos dias, circulou pelo Twitter a informação de que Sarah, participante do BBB 21, fez seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre o Big Brother Brasil, ao concluir o curso de Publicidade e Propaganda no Centro Universitário de Brasília (Celub) em 2012. Maria Abadia Vieira de Souza, mãe da participante, confirmou o tema do trabalho – e o UOL teve acesso ao documento, que tem 29 páginas, com 16 consideradas a parte principal da pesquisa. O TCC de Sarah se baseou em questionários aplicados no centro de Brasília sobre a percepção do público a respeito do BBB – lembrando que a análise focou as edições até 2012, antes da retomada da popularidade do reality em 2020.
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“Sempre me interessei pelo jeito com o qual a mídia consegue influenciar o pensamento da grande massa, com pequenas atitudes que nem sempre parecem um jeito de manipular; no caso dos reality shows em especial, por parecer apenas um programa que mostra sonhos que os participantes desejam atingir, sendo ganhar milhões, se tornar cantor(a) ou ator(a), conseguir o emprego dos sonhos, ou ou apenas ter aqueles 15 minutos de fama”, escreve Sarah na introdução.
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O método usado no trabalho foi o chamado “estudo de percepção”, “recomendável nas fases iniciais de uma investigação sobre temas complexos, para construção de hipóteses ou reformulação do problema, ou quando o objeto de estudo já é suficientemente conhecido a ponto de ser enquadrado em dado tipo ideal”, conforme explicado no texto. Sarah também queria verificar se a audiência do BBB continuava alta e se as propagandas presentes no programa atingiam satisfatoriamente o público.
A partir do resultado do questionário, Sarah aponta que:
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– 53,65% dos entrevistas acreditam que o programa é uma farsa, ou que possa haver armações da produção;
– 39,2% conhecem inscritos no BBB, e 9,75% já se inscreveram anteriormente;
– 82,9% consideram o BBB um programa fraco de conteúdo;
– 73,17% consideram o programa um bom entretenimento;
– Mais da metade crê que a audiência do programa vem caindo nas últimas edições, mas acham que isso não será motivo para o fim do reality.
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Na próxima parte do trabalho, Sarah aponta que a grande audiência do programa fez com que o mercado publicitário investisse cada vez mais no BBB – mas também observa que nem todas as propagandas dão certo, citando uma Prova do Anjo da qual o Guaraná Antártica era patrocinador. Durante a prova, alguns participantes passaram mal. “A AmBev fez um alto investimento para promoção da marca e teve seu produto difamado em rede nacional pelos participantes do reality”, escreve Sarah. A situação lembra a acontecida no BBB 21, quando a Coca-Cola patrocinou a prova que consagrou Karol Conká a líder da semana – e quem foi parar nos trending topics foi a concorrente Pepsi, já que Karol enfrentava uma rejeição altíssima por parte do público.
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“Visto de maneira positiva ou negativa, 98% do público sabe o que acontece no programa; mesmo as pessoas que não o assistem ouvem comentários ou recebem, indiretamente, informações nas chamadas dos principais sites de notícias da internet e na televisão”, prossegue Sarah. “O Big Brother Brasil ainda continua um programa de enorme sucesso dentro da televisão brasileira. O estudo feito não deixa dúvidas sobre a audiência do programa: ele é conhecido por todos os entrevistados. Todos os telespectadores que responderam ao questionário sabem o que é e conhecem o funcionamento do reality show.”
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“O público gosta de ser vigiado, e gosta de vigiar o outro, ter acesso à privacidade do próximo”, ela conclui. “Mesmo com a queda de audiência nas últimas edições, o programa continua sendo um sucesso, e este modelo de programação na televisão brasileira continuará em alta, pois a aceitação do público é maior que a rejeição.”