O segundo inquérito aberto contra Roberto Salum, ex-diretor do Procon de Santa Catarina, trata de uma denúncia de que ele teria forjado uma “operação policial”. Salum também é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) por suposto assédio sexual contra servidoras do Procon.

Continua depois da publicidade

Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total

A suposta operação forjada por ele teria ocorrido em um domingo, dia 18 de fevereiro. Câmeras de monitoramento registraram a chegada de Salum à sede do órgão. O vídeo não mostra o momento em que o ex-diretor deixa a sede, mas a denúncia é de que ele, acompanhado de outras pessoas, teria recolhido documentos e computadores do Procon estadual.

Ex-diretor do Procon SC investigado por assédio diz que estaria sofrendo represálias

Nesta quarta-feira (3), Salum publicou um vídeo onde diz estar sofrendo represálias, e que tudo não passaria de uma armação para desviar o foco de um suposto desvio milionário que ele teria descoberto.

Ele acusa seu antecessor no Procon, Tiago Silva, de ter desviado mais de R$ 18 milhões em multas aplicadas pelo órgão, valor este que não teria sido depositado no fundo de reaparelhamento do Ministério Público. Ele cita ter descoberto o “rombo” por meio de auditoria.

Continua depois da publicidade

— Eu pedi a auditoria, e o que veio? Um rombo quilométrico. Não entrei pra apurar desaforo, nem procurar coisa ruim, nem esperava, é apenas a minha responsabilidade de assinar documentos — começou dizendo nas imagens.

Ao NSC Total, o advogado de defesa de Roberto Salum, Claudio Gastão da Rosa Filho, afirmou que vai se manifestar quando tiver acesso ao novo inquérito. O espaço está aberto.

O que diz o Ministério Público

Na gravação, Salum ainda diz que procurou o Ministério Público para denunciar os supostos desvios milionários ocorridos dentro do Procon. Ele afirma que ocupava a cadeira há 15 dias quando buscou a 27ª Promotoria para levar os documentos que comprovam o crime.

Diretor do Procon de SC acusado de assédio sexual é afastado

O MP confirmou à reportagem que Salum esteve, de fato, no local. Mas que, na ocasião, foram solicitadas as provas que ele dizia ter, “mas o prazo venceu sem que fossem apresentadas”.

Continua depois da publicidade

“A requisição foi reiterada, com novo prazo. Caso seja novamente descumprido, resultará em arquivamento”, destacou a promotoria na época. Em novo contato nesta quarta-feira (3), o MP informou que até segunda-feira (1°), ele ainda não havia levado os papéis.

PGE se manifesta

Em nota, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) afirmou que denúncias foram feitas, mas em um ofício em papel, o que não é prática do governo estadual, que lida apenas com documentos eletrônicos. O ofício físico foi encontrado e registrado no sistema, e deve ser despachado. Leia a nota na íntegra:

“Em relação às supostas denúncias feitas pelo ex-diretor do Procon de Santa Catarina, Roberto Salum, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) esclarece que um ofício de três laudas foi protocolado no dia 8 de março de 2024 em papel – fato que atrapalhou o fluxo de tramitação, já que o Estado apenas lida com documentos eletrônicos, e exclusivamente pelo Sistema de Gestão de Processos Eletrônicos (SGPe).

O documento informava apenas a suspeita de danos causados ao Fundo de Recuperação de Bens Lesados (FRBL), que é de responsabilidade legal do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

Continua depois da publicidade

O procurador-geral do Estado localizou o documento físico, autuou um processo digital no SGPe sob o número PGE 3739/2024 e irá despachar no sentido de que o procurador-geral de Justiça, chefe do MPSC, órgão responsável pela gestão do FRBL, seja informado das alegações do ex-Diretor.”

O que diz Thiago

Em conversa com o NSC Total na manhã desta quarta, Thiago Silva, que antecedeu Salum na cadeira de diretor do Procon, diz que não é de hoje que recebe acusações falsas por parte do comunicador. Inclusive, segundo ele, já havia recebido uma ligação em que Salum o questionava sobre o valor de R$ 18 milhões e afirma que em 18 de março o denunciou ao MP por calúnia e difamação.

Tiago explica que essas multas constam em termos de compromissos aplicado a comércios e outras instituições que agiram ilegalmente e garante que não houve desvio. Para ele, o vídeo e a acusação tem como intuito “desviar a atenção das denúncias de assédio sexual”.

Em nota, Tiago diz que Salum profere “afirmações absurdas e totalmente descoladas da realidade”

“Já acionei meu advogado para ingresso da devida ação judicial, para que o ex-diretor do Procon/SC, reconhecido pela personalidade desequilibrada e sem a mínima credibilidade, responda na Justiça pela calúnia e difamação contra minha pessoa”, termina o texto.

Continua depois da publicidade

Leia também

Carona e beijo à força: o que diz a denúncia de assédio sexual contra ex-diretor do Procon

Ex-diretor do Procon SC investigado por assédio diz que estaria sofrendo represálias

Ex-diretor do Procon SC enfrenta nova denúncia de assédio sexual