O laudo da Polícia Científica sobre o assassinato do empresário Thiago Kich de Melo, de 28 anos, confirmou o tiro como causa da morte. A informação foi dada pelo delegado responsável pela investigação, Ênio Mattos, da Delegacia de Homicídios de Florianópolis.

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O homem apontado como autor do tiro é um policial militar, que estava de folga no momento e atuava como segurança da boate onde o caso ocorreu, na manhã de terça-feira (8). O empresário teria se envolvido em uma briga naquela manhã, na saída da casa noturna, que fica na Avenida Mauro Ramos, região central da Capital.

O policial teria então disparado contra Kich, que morreu no local. Já o autor dos tiros se apresentou ainda pela manhã na Delegacia de Polícia Civil, onde prestou depoimento. Ele ficou detido no 4º Batalhão de Polícia Militar, também no Centro, onde era lotado, preso em flagrante.

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar de Santa Catarina instaurou um Inquérito Policial Militar para apurar as circunstâncias que envolveram a presença do policial no local e identificar a possível incidência de crimes militares conexos (leia a nota complea abaixo).

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Em 2021, a PMSC atualizou a norma que fala sobre “dedicação integral ao serviço” e reforçou a proibição de “bicos” por parte dos policiais. O governador Jorginho Mello (PL), em entrevista coletiva, disse que estava ciente do caso e que “ninguém está acima da lei”, reforçando que o caso deve ser investigado e julgado.

Protesto

Ainda na quarta-feira (9), familiares e amigos de Thiago Kich de Melo fecharam momentaneamente a Avenida Mauro Ramos, em frente ao local do assassinato, pedindo por justiça. Eles chegaram a atear fogo em pneus na via, e os bombeiros foram acionados para combater as chamas.

As linhas de ônibus que passariam pela via foram desviadas pela Rua General Bittencourt para evitar o trecho bloqueado.

Segundo os bombeiros, um caminhão de combate a incêndio e uma ambulância foram empenhadas para atuar no local. Os materiais incendiados ou inflamáveis foram retirados e foram usados cerca de 500 litros de água na operação.

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O que diz a corregedoria da PM

Sobre o homicídio ocorrido na manhã desta terça-feira (8), por volta das 6h, na escadaria de uma casa noturna localizada na Avenida Mauro Ramos, no Centro de Florianópolis/SC, envolvendo um policial militar à paisana, a Polícia Militar de Santa Catarina, por meio da Corregedoria-Geral, esclarece o que segue:

  1. O policial militar envolvido na ocorrência, apontado como autor do disparo de arma de fogo, é lotado no 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM) e, no momento do fato, estava de folga;
  2. Após o ocorrido, o referido policial comunicou imediatamente o fato ao seu superior hierárquico e se apresentou de forma espontânea na Delegacia de Polícia Civil para prestar depoimento;
  3. O policial militar foi preso em flagrante delito, procedimento lavrado pela Polícia Civil, e encontra-se segregado nas dependências do 4º BPM, à disposição da Justiça, aguardando ser submetido à audiência de custódia, que ocorrerá na data de amanhã;
  4. O evento resultou na morte de uma pessoa, sendo este fato investigado pela Delegacia de Homicídios da Polícia Civil da Capital;
  5. A Corregedoria-Geral da PMSC instaurou um Inquérito Policial Militar com o objetivo de apurar as circunstâncias que envolveram a presença do policial militar no local do fato e identificar a possível incidência de crimes militares conexos.

A Polícia Militar de Santa Catarina permanece em estreita cooperação com as demais forças policiais para que os fatos sejam esclarecidos.”

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