O estatístico Nate Silver, famoso por prever o corretamente o resultado das eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2008 e 2012, afirma que as pesquisas atuais da corrida eleitoral norte-americana apontam para uma divisão 50/50 dos votos entre Donald Trump e Kamala Harris. Apesar disso, apelou para a intuição e citou argumentos que o fazem crer que Donald Trump possa levar a melhor na eleição de 5 de novembro.
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Em um artigo publicado no The New York Times, republicado no Brasil pelo jornal O Globo, Silver diz que quando afirma que a previsão mais responsável baseada nas pesquisas é de empate técnico, costuma ser questionado sobre o que diz sua intuição. Como resposta, afirma intuir que Donald Trump será o vencedor — mas em seguida afirma que o leitor “não deve dar nenhum valor à intuição de ninguém”, incluindo a dele. Como alerta, ele previne que os eleitores deveriam se conformar com o fato de que “uma previsão de 50/50 realmente significa 50/50”.
Apesar disso, o estatístico fundamenta a intuição pró-Trump citando fatores como a existência de “eleitores tímidos de Trump”, que não admitem nas pesquisas a intenção de voto em partidos conservadores. Outro argumento citado é um um problema chamado pelos pesquisadores de “viés de não pesquisadores” — uma tendência menor de eleitores de Trump confiarem em instituições e, portanto, responderem pesquisas de um veículo de imprensa.
Uma possível resistência de eleitores Kamala Harris, pelo fato de ser mulher, também é apontada pelo estatístico, citando um possível “efeito Hillary”, ao lembrar que na outra vez em que uma mulher foi a indicada do partido democrata, em 2016, eleitores indecisos migraram fortemente para Trump.
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Fatores a favor de Kamala Harris
Apesar da intuição e dos argumentos que poderiam dar ligeira vantagem a Trump em um cenário em que as pesquisas apontam empate técnico entre Trump e Kamala, o estatístico famoso pelos acertos em campanhas eleitores norte-americanas anteriores também cita argumentos que podem pesar a favor da candidata democrata neste cenário de extremo equilíbrio.
No artigo do especialista, ele cita o fato de, para tentar compensar efeitos como a existência dos “eleitores tímidos” conservadores, institutos de pesquisa tentarem ajustar dados das pesquisas para evitar o impacto deste fenômeno no resultado dos números. Isso poderia levar os estatísticos a um risco de exagero. “Se os pesquisadores estiverem apavorados com a possibilidade de subestimarem Trump, eles podem, consciente ou inconscientemente, fazer suposições que o favoreçam”, escreve o autor em um trecho do artigo de opinião, explicando o argumento.
O bom desempenho dos democratas nos últimos dois anos, em referendos e eleições de meio de mandato (para escolha de parlamentares) é outro ponto citado pelo estatístico como ponto que poderia desequilibrar a disputa a favor de Kamala.
Ao fim do artigo, o especialista cita que diante do cenário atual, os eleitores não devem ser surpreender se houver uma vitória relativamente decisiva para um dos candidatos, ou mesmo mudanças maiores em relação a 2020 maiores do que o esperado.
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