Eram precisamente 19h quando Pedro Bial chega ao restaurante francês em um bairro nobre de São Paulo – pontualmente britânico, tal como o pensamento liberal que tem. No bistrô, cuja delicada decoração remete à Belle Époque, ele cumprimenta cada um dos garçons do local e senta à mesa carinhosamente chamada de "a de sempre", ao lado da calçada, separada da rua arborizada por um vidro tão limpo que era até possível questionar se ele realmente estava lá.

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Com a barba grisalha por fazer, cabelo organizadamente desorganizado, e sapato mocassim sem meia, Bial vem leve. A justificativa desse jeitão despojado está no semblante de cansaço, consequência de um dia repleto de demandas que o oxidaram psicologicamente. Ele, então, pede uma água com gás, mas não demora muito para clamar por um vinho Bordeaux Signatures 2014.

Em meio à conversa, enquanto cita como foi o início da semana, dos infortúnios peculiares de segunda-feira, alega fome. Diz que havia apenas almoçado.

— Garçom, por favor.

— Pois não, senhor?

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— Para mim pode ser um steak tartare.

E assim, entre carnes cruas e batatas fritas, começa a conversa de duas horas, inundada de assuntos como Big Brother Brasil, política, jornalismo, paternidade aos 60 anos, refugiados, religião, depressão e futebol, que você confere a partir de agora.

Em algum momento durante os 15 anos que apresentou o Big Brother Brasil você pensou "eu não precisava disso", ou se arrependeu?

(risos) Não… Por que eu me arrependeria? Pela rejeição? Não. Pelo contrário. Me orgulho daquilo. Aconteceu por acaso na minha vida.

Quando começou o Big Brother, lá em 2002, ninguém imaginava que aquilo iria virar um fenômeno na história da televisão brasileira. Muito menos eu.

Não achava que ia ficar muito tempo no BBB, então?

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Ninguém achava. Aí a coisa foi dando certo, foi dando certo, e o BBB 5 foi um sucesso, um negócio extraordinário. Parecia Copa do Mundo, com as TVs ligadas para ver o Jean Wyllys e a Grazi Massafera. E aí, como tudo que faço na vida, me entreguei completamente. Continuei fazendo o Fantástico até 2008, fiz coberturas de Olimpíada, campanha do Obama, mas o Big Brother era tão grande que as pessoas achavam que eu só fazia aquilo. Que eu fazia o BBB e tinha férias o resto do ano. Fantasia, né? Mas eu vivi aquilo e vivi até o fim. O profissional que eu era teve de ser outro profissional. O jornalista tem aquele título em que muitas vezes se protege, e me despi disso e entrei no jogo do entretenimento. Foi muito enriquecedor, foi difícil dominar aquela linguagem. Não sou fluente no idioma pop. Até falo um pouquinho, mas não é algo muito fácil para mim. Ali tive uma imersão no pop. E aí comecei pensar: dali para onde vou? E escolhi misturar os dois profissionais, o jornalistão e o entretenimentão. Aí comecei a conceber ideias de programas e consegui emplacar. Primeiro o “Assunto”, depois o “Na Moral”, que teve três temporadas e provavelmente contribuiu para que em 2016 me convidarem para herdar o horário do Jô. Juntou tudo.

Pedro Bial
Pedro Bial: “O jornalista tem aquele título em que muitas vezes se protege, e me despi disso e entrei no jogo do entretenimento” (Foto: Patrick Rodrigues/NSC)

E de onde vinham os textos para falar das eliminações nos paredões do BBB?

Foi a partir do BBB 6, ou do 7. O que acontecia comigo durante o BBB? Eu passava 24 horas naquilo. Na minha casa a TV ficava ligada o dia todo. E passei a conhecer profundamente aqueles caras, homens e mulheres, e olhava aquilo como um longo documentário. Minha comparação era assim: o jornalismo pega pessoas e fatos de grande interesse público e dá um tratamento superficial pela própria natureza, porque tudo tem que ser para já. O BBB era o contrário. Fatos e pessoas totalmente irrelevantes, sem interesse público sobre elas, porém que estavam em um documentário profundo sobre elas. Na hora de me despedir dessas pessoas, eu tinha toda uma bagagem de observação daquele tempo que a pessoa ficou e que de alguma maneira transformava em uma crônica. Uma croniquinha. Às vezes fazia pesquisas, tinha ideia, mas precisava entrevistar alguém, conhecer. Dava trabalho fazer aquilo, viu? Não saía em combustão espontânea.

Do jornalismo para o entretenimento, e agora para um talk-show, que é o Conversa com Bial. Como está sendo essa experiência?

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Sou desafiado diariamente. Estou muito… ah, não gosto de falar disso, nem sob tortura, mas estou feliz.

Por que não gosta?

Não gosto de confessar quando estou feliz. Não é sempre que estou feliz, e quando estou, não quero contar. É uma bobagem, uma coisa supersticiosa. Mas voltando a falar do Conversa com Bial, acho que foi um momento propício para o programa no Brasil. Por mais que as pessoas estejam se pegando nas redes sociais, por mais que a polarização tenha separado famílias, o desejo pelo debate democrático é enorme. A grande tribuna do debate democrático é a televisão, e isso tem se provado nos últimos anos.

O que as redes sociais oferecem não é debate. Ali não se dá debate. Ali se dá uma arena das aflições humanas, de gente se xingando, querendo ser mais radical que o outro. Como eles são beneficiados pelo anonimato, se permitem fazer coisas que jamais fariam na vida real. Na TV existem testemunhas, e elas sempre inibem as perversões.

Em algum momento teve um peso ou pressão de substituir o Programa do Jô?

Procurei tirar esse peso afirmando que não estou substituindo o Jô, porque isso seria impossível. Nunca deixei colarem esse rótulo em mim. Sempre falei ia suceder o horário. Só. O Jô é impossível suceder.

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Pedro Bial afirma que não está substituindo Jô Soares:
Pedro Bial entrevista Anitta: “Sempre falei que ia suceder o horário. O Jô é impossível suceder”, diz sobre o Conversa com Bial, que ocupa o horário que era do Programa do Jô na TV Globo (Foto: Ramon Vasconcelos/TV Globo/Divulgação)

João de Deus foi um furo de reportagem?

Foi sorte. Desde o primeiro ano no ar eu queria entrevistá-lo. Ele falava que queria que eu fosse até Abadiânia, para depois vir dar entrevista. Aí pensei, "tá", mas fui pesquisar e comecei a ver um documentário sobre ele. Isso na antevéspera de eu ir para lá, para Goiás. Aí depois que li o livro, pensei: "não vou". Não vou porque está bem claro que para ir a única coisa que se exige do visitante é fé. E isso eu não tenho para dar.

Não tem fé?

Não tenho.

Agnóstico ou ateu?

Diria que agnóstico. O ateu é aquele que afirma "Deus não existe". Não vou afirmar isso. Eu digo "não sei". Tudo que até agora olhei me leva a não acreditar, mas também qual é a diferença se Deus existe, se eu acredito ou não? Que diferença faz? Minha posição é "não sei", mas não tenho religião, apesar de ser apaixonado por religiões. O mais parecido com fé que eu tenho é o Fluminense acima de tudo. O Fluminense é minha religião. E a confiança nos laços de afeto, de amor. Seja com relação a mim mesmo, à difícil aceitação de si mesmo, dos meus filhos, que são o sentido da minha vida, e das mulheres com quem vivi histórias de amor. A todas devo muito do que sou, e à minha mulher atual e para sempre, que é a Maria.

Filhos, amores… Como é ser pai da Laura, de um ano e meio, e você com 61?

Sorte a dela, né? Quando a gente é jovem, estamos muito ocupados com nós mesmos, em construir a carreira profissional, a identidade. Então por mais que você seja pai quando mais novo, não tem tempo. É tão simples quanto isso. Não tem chance de testemunhar o milagre que é ver uma criança se desenvolvendo, uma criança virando gente.

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Você passou por uma cirurgia no coração, com a colocação de três pontes de safena, justamente quando a Maria Prata estava grávida da Laura. Passou pela sua cabeça a ideia de nunca conhecer a própria filha?

Passou. Escrevi até poema sobre isso. Fiquei com medo. Não pela Laurinha, por mim mesmo. A festa tá boa ainda, cara. Ainda dá para ficar mais. Não gostei da ideia de ir embora não.

Mas a vida é isso, a ambivalência é o maior traço da vida da gente. Se não falarmos da morte, a gente não vive direito. Temos que lembrar da morte todos os dias. Para usar uma expressão "big brotherística": todo dia é dia de paredão!
Pedro Bial
“O incrível é que nem o VAR vai transformar o futebol em um esporte preciso, justo, cartesiano”, diz Pedro Bial (Foto: Patrick Rodrigues/NSC)

E a depressão que você teve e tratou. Como foi lidar com ela?

A estigmatização da doença mental, psíquica, dos males da alma como se diz, não tem mais sentido. Talvez seja importante, até por eu ser uma pessoa manjada, pública, e que fala "eu tive depressão, me cuidei, me tratei" pode ajudar outras pessoas a aceitarem a doença.

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O que falar àqueles que alegam que a depressão é frescura, falta do que fazer, falta de Deus no coração?

Isso não ajuda nada. A pessoa tem que respeitar, não impor a outros valores que são do seu universo. Não condene. A pessoa já está lá doente e vem outra para chamá-la de preguiçosa, de ingrata, disso, daquilo.

Você falou agora há pouco do Fluminense, gosta de futebol. E o VAR? Aprova a ideia?

O incrível é que nem o VAR vai transformar o futebol em um esporte preciso, justo, cartesiano. Impossível. O juiz erra, vai para o VAR, olha lá, e erra de novo. É sensacional.

O futebol nunca vai ser um basquete, ou futebol americano, que têm uma lógica minimamente racional. O futebol é muito parecido com a vida. Não tem lógica, é injusto e é por isso que é o esporte mais popular do mundo.

Este ano completam 30 anos da queda do Muro de Berlim. O que dá para comparar daquela Europa polarizada do muro, para a atual Europa que está entre os que apoiam refugiados, e aqueles que impõem um novo "muro" invisível a eles?

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É tragicamente irônico que esse mesmo continente que teve o maior fluxo de refugiados do século 20, para fugir do horror nazista da Segunda Guerra Mundial, agora seja assediado nesse outro processo. Quando vivi em Londres, era um desafio para eles construir uma sociedade multicultural. Você vai a algumas cidades do interior da Inglaterra, e elas se sentem ameaças por isso. Aí nesse jogo político arriscado o David Cameron (primeiro ministro britânico de 2010 a 2016) fez o plebiscito e deu o Brexit, que até agora não se resolveu.

Por que o Brexit é um erro?

Porque, com todos os problemas, o projeto de unificação da Europa é muito bonito, é um sonho não só dos europeus, como de toda a humanidade. De se reconhecer para além das fronteiras. E a Europa personificava esse sonho de mundo sem fronteiras, plural, tolerante.

Você se considera nacionalista, ou patriota?

Nacionalista não, muito pelo contrário. “Patriota”. Detesto essa palavra. Tá, não que eu deteste, mas cada vez que a gente fala dela, me lembro da frase do Samuel Johnson, “o patriotismo é o último refúgio de um canalha”, e aí tem um cara que discorda e diz “não, o patriotismo é o primeiro refúgio de um canalha”. Mas eu tenho amor ao Brasil e tenho uma relação de gratidão, porque meus pais foram refugiados. Se não fosse o Brasil eu não teria nem nascido. É importante que eu me entenda como brasileiro para ser a pessoa que sou. Uma pessoa sem pátria fica psicologicamente desestruturada. Podemos amar e nos identificar com a nacionalidade sem ir para o nacionalismo, e ser patriotas sem dar patriotadas. Temos que pensar, sim, nos nossos interesses nacionais. Isso tem que vir em primeiro lugar.

Pedro Bial
“Não acho de maneira alguma ruim a alternância de poder, acho fundamental e acho bom a esquerda ter sido sucedida pela direita”, frisa Bial (Foto: Patrick Rodrigues/NSC)

E esse momento atual do Brasil? Como você avalia a assunção de um governo de direita e esse contexto em que ou você é comunista, ou é fascista, ou é um isentão?

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A mudança de regime foi muito bem-vinda, tinha que mudar mesmo. O projeto da esquerda brasileira acabou muito mal. O lulopetismo nos levou a tantas situações catastróficas. Não acho de maneira alguma ruim a alternância de poder, acho fundamental e acho bom a esquerda ter sido sucedida pela direita. Mas acho, também, que o que estão chamando de direita no Brasil não é direita, é atraso. Uma coisa são os conservadores. Eles têm que existir, são muito bem-vindos. Inclusive, tenho alguns aspectos da minha visão de mundo que são conservadores. Sou um liberal. Se você me botar contra a parede e perguntar qual minha posição ideológica, vou falar que sou um liberal da linha britânica. Mas o que estão chamando de direita no Brasil é simplesmente atraso. Assim como o que se chamava de esquerda no Brasil é simplesmente atraso.

Ideias do século 20 que não funcionam mais para resolver questões do século 21. Estamos passando por algo que tínhamos que passar.

O Bolsonaro foi um desejo profundo da nação brasileira. Nunca houve nada parecido com a campanha do Bolsonaro, com esses seguidores, esse culto, essa loucura e paixão coletiva. Acho que nem mesmo o Lula em 2002 se compara ao que foi o Bolsonaro em 2018. Se esse foi o desejo do povo, temos que passar por isso.

Nesse sentido, a onda bolsonarista tinha que acontecer?

Alguém tinha que surfar na onda antipetista, e ele surfou muito bem. A onda antipetista foi uma criação do próprio PT. A responsabilidade é toda do petismo. Acho que, pelo jeito, tínhamos que passar pelo Bolsonaro, embora seja difícil avaliar algo em termos tão fatalistas dizendo “ah, tínhamos que passar”. Foi uma votação incrível, uma campanha incrível. É um momento de muita apreensão. Muita gente votou no Paulo Guedes, votou no Moro, e agora vamos ver no que vai dar. Procuro assistir a isso tudo sem muita paixão e acho que estou em uma posição que consigo fazer isso. Minha preocupação, e aí não entra nenhuma demofilia, nenhuma idealização do povo, é de que em uma crise econômica como essa, a segunda maior da história do país, quem paga o pato é quem está na base da pirâmide. E isso é doloroso, principalmente uma turma que experimentou o gostinho da melhora no bom momento do lulopetismo, no bom momento das commodities no mundo, no bom momento da economia, e agora se empobrece.

Você disse amar a Inglaterra, e o liberalismo britânico. Há resquícios também de amor à monarquia?

À monarquia? Zero. Por causa do meu amor pela Inglaterra? Não. A família real inglesa é como um Cristo Redentor. Uma atração turística, cara para eles, mas que também gera muito dinheiro. A família real britânica é um sistema de governo que em vez de ter presidente tem aquela maravilha daquela rainha. Mas é uma atração turística. Minha única ligação com a monarquia é ser xará dos nossos imperadores (risos).

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E os movimentos das minorias?

As bandeiras morais foram exploradas politicamente. E também não foi só no Brasil, e sim no mundo inteiro. Olha só, que hipocrisia, porque a política é amoral na prática, talvez até por definição. Então exploraram-se ressentimentos ou estranhamentos de parcela da população diante de mudanças morais e capitalizaram esse sentimento em moeda política. Tá tudo em movimento. O Brasil, por exemplo, tem gente que diz que o atual governo chegou ao poder porque o país é conservador, que o povo brasileiro é conservador.

Rapaz… Eu acho que o povo brasileiro também é conservador, mas o que o povo quer é que os deixem em paz e os deixem prosperar. As pessoas querem paz e prosperidade.

Não mais do que isso. E se nós somos conservadores, também somos muito tolerantes. Essa exploração política de certos sentimentos do povo passa. Daqui a quatro anos nós vamos ver quais serão as bandeiras. O mundo está mudando, e tem certas mudanças que são um processo civilizatório, que não pertencem nem à esquerda, nem à direita, nem a ninguém. Que pertencem ao projeto humano. Aliás, um dos problemas de movimentos como os LGBTYX, sei lá, que não para de entrar consoante nessa sigla, das questões raciais, do movimento negro, e de outros movimentos identitários, é que eles se deixaram cooptar pela esquerda de uma maneira muito ingênua e burra politicamente. Porque são causas que não são da esquerda. A esquerda tinha um projeto de transformação social e econômica que se revelou um fracasso, simbolicamente marcado há 30 anos pela queda do Muro de Berlim. O socialismo foi um fracasso, econômico, social, humanitário. Foi um desastre. Uma tragédia do século 20. Acabou. E o que restou à esquerda depois desse fracasso? As bandeiras culturais, comportamentais. E aí se grudaram meio que vampiristicamente nos movimentos de afirmação de minorias, dos LGBTs, do movimento negro, quando esses movimentos não são de esquerda, são humanitários.

Votou em quem no segundo turno das eleições ano passado? No Bolsonaro?

Não. Votei em branco. Jamais votaria em nenhum desses dois polos. Não dava. No primeiro turno eu… Não vou dizer. Digo em off pra você (risos).

Por fim, está usando filtro solar?

(risos) Não, mas deveria usar. Estou morando em São Paulo, então pouco tomo sol.

Poema para a filha

Pedro Bial passou por uma cirurgia no coração no fim de 2016, justamente quanto a esposa Maria Prata estava grávida. Com medo de morrer e não conhecer a filha, o jornalista e apresentador escreveu um poema chamado "A quem está por vir".

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Para quem está por vir

Talvez já fosse hora de ir embora

Meu pai partiu bem antes

Mas vou procrastinar mais um pouquinho

Fazer desse galho um descoberto ninho

Não vou sair da festa só porque você vai chegar

E afinal fui eu que lhe chamei

Talvez você ainda esteja dormindo quando eu acordar

E sua mãe foi sempre assim

Mas vou botar a mesa de frente para a manhã

Talvez eu já tenha ido deitar quando você levantar

Talvez só nossas sombras se cruzem

Fantasmagorias no chão da cozinha

Talvez você chegue e a gente se desencontre

Essas coisas são assim

Imprecisas mesmo

Talvez eu tenha que partir justo na hora de nosso entreolhar

Talvez você só vá ouvir falar de mim

Assim pode ser que se dê esse encontro, não se dando

Promessa suspensa na família

Ainda assim promessa

Ainda assim família

Ainda que seja assim, por ora vou desconversar

Pedir mais um drink, ouvir a próxima canção

E quem sabe até dançar

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