Uma doença que tinha deixado de estar entre as principais que afetam os brasileiros, voltou a ser uma preocupação: a leptospirose. Causada pelo contato de seres humanos com urina de animais infectados – principalmente ratos – pela bactéria lepstospira, a doença pode ter novos surtos após as enchentes no Rio Grande do Sul, ou em outras áreas alagadas, por exemplo. Mas, o que acontece com o corpo de quem tem leptospirose e por que a doença e perigosa? Explicamos a seguir e ainda damos exemplos de como tratar e prevenir.
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A principal preocupação com a doença é porque, embora possa parecer inofensiva, a infecção apresenta um alto número de morte de pacientes que contraem a doença. De acordo com o Ministério da Saúde, o risco de letalidade é de aproximadamente 40% nos casos mais graves. Por isso, saber como tratar também é muito importante nestes casos.
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Veja o que acontece no corpo quanto temos leptospirose
Como o corpo entra em contato com a bactéria da leptospirose?
A bactéria da leptospirose não consegue entrar em contato diretamente com o corpo humano. É através da urina de animais infectados por ela que os seres humanos podem ser infectados. A urina de ratos, por exemplo, já é identificada como uma das principais substâncias que pode entrar em contato com o corpo. Comuns em grandes cidades ou em regiões sem saneamento básico, os ratos – ou outros animais infectados – expelem a bactéria e, seja por chuvas, inundações, ou até mesmo contato direto, os seres humanos podem ser infectados.
Porém, a bactéria da leptospirose não consegue penetrar sozinha no corpo. É necessário que os seres humanos tenham algum tipo de lesão na pele ou passe por longos períodos em contato com a água contaminada ou por meio de mucosas. Com as chuvas recentes no Rio Grande do Sul, em que grandes áreas ficaram alagadas, o risco de contaminação cresce, por exemplo.
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Como o corpo reage à contaminação da leptospirose?
Após entrar no corpo, a bactéria da leptospirose leva de 1 até 30 dias para gerar sintomas. Em média, isso acontece de 7 a 14 dias, sem demorar tanto tempo. Quando uma pessoa contrai leptospirose, vários sistemas do corpo podem ser afetados, e os sintomas podem variar de leves a graves. Dividimos as reações conforme as fases da doença, dependendo do tempo em que a bactéria está no organismo.
1ª fase da leptospirose – fase leptospirêmica
Essa é a fase que a bactéria entra em contato com o corpo. Depois disso, acaba disseminando-se pela corrente sanguínea e os primeiros sintomas começam a surgir. Febre, dor de cabeça, dores musculares, falta de apetite e náuses ou vômitos podem ser percebidos. Um ponto de atenção é a dor que pode acontecer nas panturrilhas, desconforto comum quando o corpo está infectado.
2ª fase da leptospirose – imune ou fase leptospirúrica
Ainda segundo informações do Ministério da Saúde, aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose pode ter o quadro mais grave. Isso ocorre, geralmente, após a primeira semana de doença e se a infecção não for tratada adequadamente. Pode ocorrer então uma resposta imune do organismo, quando o sistema imunológico responde à infecção, podendo causar inflamação generalizada.
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É nesta fase que órgãos importantes são afetados e que complicações da doença podem debilitar o corpo. Por isso, a leptospirose pode acabar afetando o corpo de várias maneiras e pode causar a morte por conta da falência múltipla do organismo. A bactéria pode levar à insuficiência hepática (hepatite) e renal (nefrite).
Outras partes do corpo afetadas são o sistema nervoso central, podendo ocorrer meningite (inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal). Pulmões e coração também podem ser afetados.
3ª fase da leptospirose – Síndrome de Weil
Na forma mais grave, a leptospirose passa a ser chamada de Síndrome de Weil. A icterícia, que é a coloração amarela da pele e dos olhos, é comum, já que o rim é um dor órgãos mais afetados. Neste momento, a internação hospitalar é recomendada por há insuficiência renal, hemorragias e disfunção hepática.
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Nesta fase, o risco de morte é mais acentuado já que o corpo está bastante afetado pela bactéria. Há dificuldade de respirar e possibilidade de complicação hemorrágica, em que podem haver sangramentos em diversos órgãos devido à disfunção dos vasos sanguíneos e plaquetas.
Camo saber se tenho leptospirose?
A percepção dos sintomas de leptospirose pode ser confusa e outras doenças podem ser mais associadas. Por isso, é importante que o diagnóstico específico seja feito a partir da coleta de sangue no qual será verificado se há presença de anticorpos para leptospirose ou a presença da bactéria.
Como o corpo pode ser tratado contra a leptospirose?
Assim como as principais doenças ocasionadas por bactérias, a leptospirose é tratada com o uso de antibióticos. Na fase precoce, são utilizados Doxiciclina ou Amoxicilina; para a fase tardia, Penicilina cristalina, Penicilina G cristalina, Ampicilina, Ceftriaxona ou Cefotaxima. Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco, o mais rápido possível.
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