Uma rocha encontrada pelo Perseverance, o robô explorador da Nasa em Marte, pode ter indícios de vida microbiana há bilhões de anos. A agência espacial americana ainda vai avaliar melhor a rocha, coletada em 21 de julho.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
A rocha encontrada é cheia de veios e tem formato de ponta de flecha. Informações coletadas a bordo do robô já apontam que a rocha tem qualidades que se encaixam na definição de um possível indicador de vida antiga. Essas indicações são feitas por meio de assinaturas químicas e estruturais.
Quem é o brasileiro de 7 anos responsável por achar asteroide que pode se chocar contra a Terra
Ainda é muito cedo, no entanto, para definir realmente se houve vida microbiana em Marte num passado distante. A rocha recebeu o apelido de Cheyava Falls. Segundo Ken Farley, cientista do projeto Perseverance, esta é a coleta mais intrigante, complexa e potencialmente importante já coletada pelo robô.
Continua depois da publicidade
— Por um lado, temos nossa primeira detecção convincente de material orgânico, pontos coloridos distintos indicativos de reações químicas que a vida microbiana poderia usar como fonte de energia e evidências claras de que a água, necessária para a vida, já passou pela rocha. Por outro lado, não conseguimos determinar exatamente como a rocha se formou e até que ponto as rochas próximas podem ter aquecido Cheyava Falls e contribuído para essas características — afirmou.
Segundo a Nasa, a rocha mede um metro por 60 centímetros, e recebeu o nome de uma cachoeira no Grand Canyon.
Imagens da Nasa mostram nuvem de dióxido de carbono se movendo ao redor da Terra
A missão Perseverance se concentra em rochas que poderiam ter sido criadas ou modificadas há muitos anos por presença de água. A rocha encontrada tem veios brancos de sulfato de cálcio, e entre eles faixas vermelhas que sugerem a presença de hematita, um dos minerais que dá a Marte a cor vermelha característica. Examinando mais de perto, os cientistas encontraram manchas esbranquiçadas de poucos milímetros, com possível presença de ferro e fosfato.
— Na Terra, esses tipos de características em rochas são frequentemente associados ao registro fossilizado de micróbios vivendo no subsolo — explica David Flannery, astrobiólogo e membro da equipe científica do Perseverance na Austrália.
Continua depois da publicidade
Na terra, as reações que formam estas manchas podem servir como energia para micróbios, o que fez os cientistas levantarem a hipótese de possível existência, em algum momento da história, de vida microbiana.
Veja fotos das descobertas em Marte
Leia também
Pesquisa da NASA aponta Brasil como um dos países que podem ficar inabitáveis em 50 anos
Astronauta da Nasa mostra como é a academia com “gravidade zero” em estação espacial