A sexta-feira marcou o início das operações do Uber em Blumenau. Os primeiros carros começaram a aparecer no mapa da cidade no aplicativo por volta das 14h. Nas redes sociais era possível perceber muito interesse e curiosidade dos blumenauenses sobre a nova opção para deslocamento.
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O Santa deu um “rolê” com os carros do Uber para testar o serviço no primeiro dia em Blumenau. Entre as principais impressões estão a de que é realmente barato e vantajoso; básico, se comparado com a imagem luxuosa dos carros pretos do Uber Black, que não está disponível na cidade; rápido, intuitivo e também uma oportunidade para pessoas que estavam fora do mercado de trabalho. Confira abaixo como foram os trajetos:
Itoupava Central – Hospital Santo Antônio
Começamos às 14h30min, com uma corrida no melhor estilo bairro – região central, partindo de um posto de combustíveis no início da Itoupava Central e indo até o Hospital Santo Antônio, no Vorstadt – um trajeto de 12,7 quilômetros.
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De início, um contratempo. Duas tentativas de chamar um carro terminaram com a informação de que “todos os motoristas estavam ocupados”. Sete minutos depois, surge a foto de Jefferson, o condutor que aceitou a corrida, a placa, o modelo do automóvel e o tempo estimado para a chegada: 11 minutos. Tudo muito prático e intuitivo.
Às 14h49min, surge o Palio prata dele, que pergunta pelo meu nome. Entramos, confirmamos o destino já informado no aplicativo e, nos primeiros metros, nos apresentamos como equipe do Santa. Jefferson era motorista de carro-forte, mas ficou sem emprego e viu no Uber uma oportunidade. Ele diz que já imaginava que poderia ser entrevistado no primeiro dia, pergunta se o ar está bom e oferece uma bala de café apontando para o painel. Diz ainda que tem água no porta-malas. Eu aproveito o carregador dele para prolongar a bateria do celular.
– Não são obrigações, mas o Uber orienta que é um dos nossos diferenciais – conta.
Era a segunda corrida dele – na primeira, levou um homem do Jardim Blumenau até uma concessionária na Itoupava Norte. Conheceu de verdade o Uber nas reuniões feitas no último mês. No caminho, contou que os motoristas souberam em um encontro na quinta à noite que o serviço começaria no dia seguinte. Aí os cerca de 40 condutores que participam de um grupo em uma rede social aproveitaram a manhã para terminar de ajeitar o carro e comprar balinhas antes da estreia.
Algum papo depois, chegamos ao destino. Ele encerra a viagem no celular dele e me explica que a cobrança é diretamente no cartão de crédito, nem falamos sobre valores. Cumprimento, desejo sorte e prometo garantir as preciosas cinco estrelas na avaliação do serviço – todos precisam ter média de 4,7 estrelas ou mais para continuar no aplicativo. O serviço mereceu a avaliação máxima, mas a melhor parte foi a conta: R$ 20,43.
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– Trajeto: 12,7 quilômetros
– Tempo de viagem: 22 minutos
– Carro: Palio
– Preço: R$ 20,43
Terminal da Fonte – Furb
O segundo trajeto foi do Terminal da Fonte até a Furb, no bairro Victor Konder – 6,45 quilômetros entre os dois pontos. Não levou cinco minutos até a chegada do carro, mas percebi que me atrapalhei com o aplicativo: em vez de informar o local em que estava, chamei o motorista para o destino da viagem anterior, o Hospital Santo Antônio. Percebo o vacilo e tento telefonar pelo canal de contato do Uber. O condutor me retorna, explico a confusão e ele volta para a Fonte, onde em mais cinco minutos encosta um Honda Civic.
O motorista, que prefere não divulgar o nome, dirige um táxi e quer saber como funciona o serviço e se poderia ser mais vantajoso que o atual ofício. Era a primeira corrida dele. Decidiu usar o próprio carro, cujos bancos e painel esbanjam conforto. Se continuar com o Uber, pensa em comprar um modelo básico para diminuir custos. No rádio, Amy Winehouse cantava baixinho, mesma condição do ar-condicionado. Talvez por ansiedade, olhava constantemente o celular, que poderia ficar em um suporte do painel em vez do próprio colo. Chegamos à Furb e vi o preço da corrida: R$ 13,82.
– Trajeto: 6,4 quilômetros
– Tempo de viagem: 23 minutos
– Carro: Civic
– Preço: R$ 13,82
Rodoviária – Parque Vila Germânica
O terceiro trajeto do teste no primeiro dia de Uber foi da Rodoviária até o Parque Vila Germânica, um percurso de pouco mais de cinco quilômetros e que certamente será bastante procurado por usuários. Chamei o carro às 16h06min. Em quatro minutos aponta na entrada da rodoviária o Classic branco de Marcelo, um baiano de 37 anos e sotaque marcante que também chegava para a primeira corrida. Ele estaciona alguns metros à frente, talvez pela ansiedade, talvez pela proximidade do ponto de táxi e de alguns agentes de trânsito.
Marcelo desce para abrir a porta do carro para o fotógrafo e faz uma série de perguntas sobre a temperatura do ar e a estação de rádio antes de sair. Oferece água, bala, chicletes e pergunta se pode seguir a rota do GPS. Por que entrou no Uber? A carreira no ramo de isolamento térmico industrial interrompida pela crise deu uma forcinha. Pensava em tentar a sorte no volante em Curitiba, mas prorrogou os planos quando soube que a empresa chegaria a Blumenau. Quinze minutos depois estávamos na Vila. O valor da tarifa foi o menor da tarde: R$ 10,95.
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– Trajeto: 5,2 quilômetros
– Tempo de viagem: 15 minutos
– Carro: Classic
– Preço: R$ 10,95