Jorge Luiz da Silva, mais conhecido como padre Jorjão, está prestes a completar 50 anos. Vinte deles foram dedicados ao sacerdócio, que fez dele uma das figuras mais queridas em Joinville, especialmente no bairro Jardim Iririú, zona Leste da cidade. Tanto que a comunidade mobilizou-se para transformar a missa do dia 27, às 19h30, em uma grande festa para comemorar antecipadamente o aniversário, que é, na verdade, no dia 31 de março.

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Após a celebração, está prevista a realização de um coquetel para 1,2 mil pessoas, no galpão da Igreja São João Batista, patrocinado por comerciantes locais, como uma forma de agradecimento pelo trabalho desenvolvido na região. Homenagem mais que justa, segundo os fiéis, já que ele foi o primeiro pároco do Jardim Iririú.

Escolhido para assumir o cargo quando a Paróquia São João Batista foi desmembrada da comunidade São Sebastião, há sete anos, ele encarou o desafio de levar palavras de fé à segunda comunidade mais carente de Joinville (a primeira é a do Jardim Paraíso) e tornou-se uma referência não só para o bairro, mas para toda a cidade e região.

Popularidade que ele atribui, principalmente, às missas de cura e libertação que costumam lotar a igreja que ele ajudou a construir, com capacidade para 1,3 mil pessoas, todas as quartas-feiras.

– Pessoas de todos os bairros participam da missa, que tem tornado o bairro conhecido -, comenta padre Jorjão, que atribui o apelido à altura e aos quilinhos a mais que o diferenciam do padre Jorginho, da Catedral.

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– Tem gente que vem de outras cidades só para participar da missa dele às quartas-feiras -, diz Joice Rezende, moradora do bairro Bom Retiro que também desloca-se até o Jardim Iririú só para ouvir os testemunhos de fé e cura.

– Ele é uma pessoa de muita oração, de muita sensibilidade e por isso é muito procurado por quem precisa de conselhos -, comenta Joice.

Aliás, boa parte da agenda do padre é preenchida pelos atendimentos. Por dia, ele costuma atender a mais de 20 pessoas, para alguns minutos de conversa, reflexão e oração.

– Às vezes, tudo o que a pessoa precisa é alguém para ouvir e dar um direcionamento -, diz padre Jorjão.

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Esta habilidade de ajudar as pessoas ele começou a demonstrar ainda na infância, quando padres perceberam sua vocação religiosa.

– Com dez anos, fiz minha primeira comunhão, e com 13 fui convidado para ser catequista -, conta.

Já na adolescência, sacerdotes o incentivaram a ser padre.

Nascido em Massaranduba, com 7 anos Jorjão foi morar em Garuva, e aos 16 anos ele conta que chegou a fazer um estágio em um seminário em Blumenau.

– Mas eu era muito jovem e muito apegado aos pais, então esperei um pouco para me decidir e aos 20 vim para Joinville para fazer o seminário -, explica.

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Depois, cursou filosofia em Brusque, e teologia em Florianópolis, uma formação que lhe permitiu entender ainda mais sobre o ser humano. Conhecimento que ele traduz em ações em favor da comunidade, que lhe retribui com muito carinho e proporcionará ao padre momentos de agradecimento no dia 27.