Empoderar pessoas e organizações no Brasil e no mundo e usar a tecnologia para resolver os maiores problemas da humanidade – de forma inclusiva – é o desejo da multinacional Microsoft. A ambição da companhia foi reproduzida na fala da presidente do grupo no Brasil, Tânia Cosentino, durante palestra magna na Expogestão 2019, em Joinville.
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— O verdadeiro poder da tecnologia não é o que ela pode fazer, mas sim o que escolhemos fazer com ela — defende Tânia.
A executiva, com mais de 30 anos de experiência profissional, apresentou exemplos e levou motivação ao público presente na Expogestão de como é possível transformar negócios e vidas a partir da inteligência artificial, que, segundo ela, não é mais utopia mas uma realidade que já apresenta resultados transformadores inclusive no Brasil. O grande desafio é interpretar os dados relevantes com ela obtidos e conectá-los de modo a gerar benefícios (dos bilhões de dados promovidos pelos dispositivos conectados à rede, só 10% são aproveitados).
— A visão da Microsoft sobre a tecnologia e como ela pode mudar o nosso mundo tem esse foco na inteligência artificial. Através dela temos um mundo de oportunidades para compartilhar, capazes de empoderar pessoas, empresas e gerar desenvolvimento econômico e sustentável — considera.
Como exemplos, ela cita projetos como o desenvolvimento de elevadores inteligentes que melhoram a eficiência, reduzem custos e reduzem riscos dos operadores e um programa de reconhecimento facial que permitiu localizar pessoas desaparecidas. Em outro exemplo, demonstra como o uso de drones o mapeamento digital de áreas de plantação pode melhorar a produtividade de lavouras de grãos no Brasil. Num terceiro exemplo, mostra como um robô baseado em inteligência artificial pode ajudar a apontar o melhor tratamento para a reabilitação de pessoas com problemas de locomoção.
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Na avaliação de Tânia Cosentino, enxergar o poder da transformação digital e investir nesse caminho é a única possibilidade de o Brasil tornar-se competitivo novamente a nível global. “As empresas devem entender como a tecnologia impacta o seu negócio hoje e
no quanto ela está preocupada com sua produtividade, em proporcionar novas experiências para os clientes. Todas tem que ter compromisso com a sociedade e com o meio ambiente, porque simplesmente o lucro não é algo que garante a sustentabilidade”, aponta.
Investimento em pesquisa e novas tecnologias
Ainda conforme a especialista, a maioria das corporações que adotam medidas de inovação, costumam aplicar cerca de 5% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. A microsoft investe 13% de seu faturamento anual e mantém um milhão de desenvolvedores espalhados pelo planeta – Considerando apenas cibersegurança é investido US$ 1 bilhão anualmente.
Para dar vida aos projetos de inteligência artificial, a empresa conta com uma nuvem global chamada ‘Azure’, conhecida como uma espécie de computador do mundo, por meio de fibra óptica. A plataforma mantém o maior número de certificações digitais do globo e impacta todo tipo de negócios, desde uma pequena farmácia até grandes empresas internacionais de energia, serviços, saúde, entre outros.
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Tânia acredita que a entrada no universo da internet das coisas (IOT) e Indústria 4.0 já se mostrou possível por meio da democratização dos mobiles e têm impulsionado o despontar de novos negócios e serviços com alto grau de escalamento. Como exemplo desse potencial, ela cita as transformações vivenciadas na própria Microsoft.
— Quando começou na garagem do Bill Gates, a missão da companhia era colocar um computador na mesa de cada pessoa. Isso não só aconteceu como a gente vê agora que a gente pode ir além. A Microsoft quer levar e empoderar as organizações e pessoas a conquistar mais através da tecnologia — afirma.
A aposta é centrar essa tecnologia no humano, ou seja, a empresa busca descobrir quais benefícios podem ser extraídos para reduzir a desigualdade, fazer inserção e inclusão social e desenvolver multiplicadores para essa ideia – com a garantia da proteção de dados e discussão ética.
— Vemos a inteligência artificial como uma ampliação da engenhosidade humana. Antigas profissões desapareceram, mas foram criadas novas profissões. Por isso acreditamos que a tecnologia ampliou a capacidade humana — destaca.
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Democratização da educação
A executiva acredita que, se usada corretamente, a inteligência artificial conectada ao mundo real pode contribuir para diminuir a desigualdade. Uma dessas maneiras é promover o acesso à educação. Desta forma, uma parceria entre a Microsoft Brasil e o Sesi/Senai pretende treinar mais de três milhões de jovens em inteligência artificial.
— São 13 milhões de desempregados no País, mas há 500 mil vagas de tecnologias que não são preenchidas por falta de pessoas capacitadas. É nosso dever (setor privado) acelerar o processo de qualificação e requalificação dos profissionais do futuro — encerra.