A música modifica nosso estado de ânimo ativando estruturas relacionadas com as emoções; molda, portanto, os núcleos cerebrais formadores do universo musical. Diferente de um aprendizado adquirido, a combinação de sons de forma melodiosa é congênita.

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Até mesmo bebês com três dias reagem a sonoridades, fim que favorece a prática da fala – desta maneira, torna inteligível e lógica a “magia” das cantigas de ninar. Todas as sociedades, independente do grau de organização, expressam sons em suas culturas, das tribais às do rock contemporâneo, constituindo-se em fenômeno de empatia, de compreensão dos sentimentos alheios e de convivência.

Nossos ancestrais também sobreviveram porque já distinguiam os sons, um “rugido”, por exemplo, poderia sinalizar perigo; assim, sob o ponto de vista evolutivo, nosso cérebro vem desenvolvendo padrões sonoros à compreensão do entorno em que vivemos.

Em cenas de filmes, notas musicais dissonantes faz-nos imaginar episódios tristes, de suspense, enquanto que melodias harmoniosas sugestionam um desfeche feliz, pois ambas as formas de tonalidades ressaltam nossas emoções, compartem sentimentos.

A música facilita o relacionamento entre pessoas, a sociabilidade, possui maior poder de comunicação quando se compara, propriamente, a palavras; estas, muitas vezes e em contradição à música, podem ser utilizadas como artifícios para “confundir”, intuitiva ou conscientemente.

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Interessante estudo em relação ao autismo, cujas pessoas acometidas por essa disfunção de desenvolvimento ligada a causas genéticas têm dificuldades quanto à empatia e a linguagem, indica que elas apresentam melhor interação em atividades musicais.

Em definitivo e sob o prisma da neurociência sabe-se que as emoções, memória, movimentos corporais, enfim, muitos de nossos comportamentos são influenciados pela música; conforme escreveu Stefan Koelsch da Universidade Livre de Berlim, somos musicais de forma inata desde o mais profundo de nossa natureza.