Jovens e sem um emprego fixo. Esse é o perfil das pessoas recrutadas para serem ‘mulas’ do tráfico de um grupo catarinense investigado por enviar drogas escondidas em malas para outros países. Entre elas, a jovem Manuela Vitória de Araújo Farias, presa na Indonésia em dezembro de 2022, e condenada a 11 anos de reclusão. A quadrilha foi alvo de uma operação da Polícia Civil nesta segunda-feira (28) em cinco cidades catarinenses. Ao menos quatro pessoas foram presas em flagrante e 17 mandados de prisão foram cumpridos.

Continua depois da publicidade

Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp

Conforme o delegado Cláudio Monteiro, os envolvidos no envio da remessa sabiam dos perigos e eram convencidos por meio de oferta de dinheiro. Outra pessoa, presa antes de embarcar no Brasil, foi identificada como mula do grupo. O local da prisão não foi divulgado.

— Não eram apenas mulheres, são jovens. A grande maioria sem atividade laboral definida e se aventuram nessa missão quase que suicida. Eles tão mandando elas para o coliseu — disse o delegado.

Montero afirma, ainda, que um dos presos na operação desta segunda-feira é suspeito de ter comprado a passagem para Manuela Vitória de Araújo Farias. Provas foram colhidas afim de continuar com as investigações sobre o caso.

Continua depois da publicidade

A jovem foi condenada a 11 anos de prisão por tráfico de drogas e a decisão foi considerada um milagre por parte da defesa, já que no país o crime pode levar a pena de morte.

Como o grupo atuava

De acordo com a Polícia Civil, em 2019 a organização foi flagrada com uma quantidade de cocaína, drogas sintéticas e malas de viagem prontas para o transporte de cinco quilos de drogas. Também foi encontrada uma prensa para produção de entorpecentes.

Em 2022, a investigação descobriu que o mesmo grupo seguia atuando no tráfico de drogas e no envio de cocaína em malas de viagem. Além disso, os investigados utilizavam dezenas de carteiras de criptoativos para armazenar e transferir grandes valores provenientes do crime.

Batizada de Operação Wallet, são cumpridos 32 mandados de busca e apreensão e 17 de prisão, além do bloqueio de 16 carteiras de criptomoedas em uma das maiores corretoras do mundo, 15 contas bancárias e empresas. Também foram apreendidos veículos e quatro pessoas foram pressas em flagrante por crimes como tráfico de drogas e posse de munições.

Continua depois da publicidade

A ação, coordenada pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), ocorre em Florianópolis, São José, Biguaçu, Imbituba, Camboriú e Navegantes.

Confira as fotos:

Leia também:

Moradora de SC presa por tráfico na Indonésia fala com família pela 1ª vez: “Confiando em Deus”

Feminicídio em SC tem reviravolta e polícia desmente versão do assassino