Minha apresentação ao serviço militar pela Força Aérea Brasileira na Base Aérea de Florianópolis foi sob o forte sol de janeiro de 1980 em frente ao Palácio da Justiça no aterro da Baía Sul. Florianópolis começara a despertar para novos ares após os rescaldos da agitada Novembrada. Minha ansiedade, compartilhada por toda a turma de novatos, era saber que uma nova e importante etapa de nossa vida iniciara. Ainda mais que um “almirante” estava prestes a servir na Aeronáutica e como recruta.

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Lembro daquela Florianópolis. Ainda não se falava em “Floripa”. Da cidade com aspectos provincianos, afloravam progresso e desenvolvimento – não tão ordenados e planejados, mas muito intensos.

Algumas reminiscências daquela época: a construção do novo Terminal Rodoviário, a construção da Ressacada, a interdição da Ponte Hercílio Luz (passei por ela um pouco antes), o charme de atravessar o bucólico Mercado Público de carro, as pioneiras Universal FM 24 horas no ar, a Guarujá FM com os comentários do Norton, o jornal O Estado e os comentarios de Zury Machado, as lavadeiras da Tapera, os aviões Albatroz já em fim de carreira, os inestimáveis serviços prestados pelo SAR (esquadrão de salvamento) e também pelo Segundo Esquadrão do Décimo Grupo de Aviação, os caças F-5 (que estão voltando), os fuzis HK israelenses, o acidente do Boeing da Transbrasil (em que participei no auxílio do resgate às vítimas), o tradicional desfile de Sete de Setembro na Avenida Beira-Mar.

A Base Aérea de Florianópolis foi criada em 10 de maio de 1925 como Centro de Aviação Naval. Sua história confunde-se com a própria história de Florianópolis e de Santa Catarina. Tem sido o ponto de apoio para inúmeras operações e sede de diversas Unidades Aéreas. É com justo orgulho que devemos reconhecer o valor dos inesgotáveis serviços prestados pela corporação.

Fica, Base Aérea!

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Foto: Álbum de família