Skate em vez de bonecas. Quando tinham cinco anos, Yndiara Asp e Isadora Pacheco ganharam skates. A relação com eles foi diferente para cada uma nos anos posteriores, mas é única neste instante, em que têm 20 e 13 anos, respectivamente. Elas são grandes nomes da modalidade no País, tanto que fazem parte da seleção brasileira da categoria park. E estarão em casa na competição deste fim de semana. O skate parque da Costeira do Pirajubaé, em Florianópolis, recebe a primeira etapa da qualificatória que define o selecionado nacional do próximo ano.

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Yndiara ganhou a prancha com rodinhas como presente de Natal. Era um brinquedo como outro qualquer que utilizava aos fins de semana, junto da bicicleta e da bola de futebol. Foi aos 15 ainda andar pela primeira vez em uma pista, de um colega de escola, que bateu a paixão. Desde então se dedicou à modalidade. Virou profissional e trancou a curso de Educação Física para poder correr campeonatos pelo mundo.

– Estou muito feliz com a minha escolha. Meu calendário este ano é de uma viagem atrás da outra. Meu sonho sempre foi viajar por causa do skate, e isso está acontecendo. Nossa, é muito da hora – descreve a skatista nascida em Floripa.

Também na Capital do Estado, Isadora cresceu embalada pelo skate. O pai colocava ela sobre a prancha e a empurrava por uma pista próxima de casa. No Dia das Crianças ainda na loja brincava com o artigo e aos seis participava do primeiro campeonato, com ajuda para entrar na pista. Era a mais jovem nas competições e conquistou espaço. Hoje, aos 13, a rotina é agitada para conciliar os estudos e os treinos. Também pela idade, lida com as mudanças no corpo enquanto busca seguir na seleção brasileira para as Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

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— Tenho que chegar em casa, estudar, andar de skate. Estudo de manhã, almoço, ando de skate, vou para a fisioterapia, inglês, pilates… um monte de coisa. Acho que estou conseguindo administrar bem o tempo de estudar e de andar de skate — assegura a menina.

Elas vivem um dos grandes momentos da modalidade. Acompanhado do crescimento da participação das mulheres, a skate virou esporte olímpico. Vai estar no rol de disputas a partir dos jogos no Japão, daqui dois anos. A seleção da qual fazem parte hoje é o embrião do que está virá em Tóquio. Mudou a forma que o skatista é tratado.

— Acho que a galera passa a valorizar um pouco mais, deixa o preconceito mais de lado. O skate não é coisa de vagabundo. As olimpíadas dá uma moral. A mídia fica mais ligada. Temos mais incentivo — assegura Yndi.

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Neste fim de semana elas estarão na disputa do STU QS, a primeira etapa da competição nacional. Na pista da Costeira, as meninas competem na manhã de sábado pelas eliminatórias e na tarde de domingo, a partir das 13h30min, nas finais. Os homens têm as eliminatórias na tarde de sábado, às 13h30min, e semis e finais a partir das 12h de domingo.

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