É fundamental que os setores público e privado se unam em torno da ideia de que a infraestrutura é pilar para o desenvolvimento de qualquer comunidade.

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O terceiro debate promovido pelo projeto Cresce SC (ver reportagem na página 16) levantou ontem, em Florianópolis, uma discussão extremamente relevante sobre os problemas de infraestrutura, a necessidade de investimentos urgentes e o papel do poder público e da iniciativa privada nesse processo. Por parte dos painelistas do evento – realização do Sindicato dos Engenheiros de SC (Senge) e do Diário Catarinense, com apoio da Federação das Indústrias de SC (Fiesc) -, é consenso que os gargalos em portos, ferrovias e rodovias são um entrave para o desenvolvimento do país e que devem ser enfrentados sem rodeios, sob pena de engessamento cada vez maior da economia e consequente reflexos no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o índice que mede toda a riqueza produzida por um país.

Não é um diagnóstico novo, certamente, mas a expectativa é que as discussões de ontem – que tiveram como palestrante o ex-secretário de Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento, Raul Velloso -, sirvam para mobilizar os diversos setores em torno de uma pauta que contribua para destravar os principais impasses econômicos e que aprofundem a definição sobre a responsabilidade de cada um dos personagens diante deste cenário. É fundamental que autoridades do setor público e empreendedores privados se unam em torno da ideia de que a questão da infraestrutura é pilar para o desenvolvimento de qualquer comunidade. E Santa Catarina não foge à regra.

Apesar da situação privilegiada no contexto nacional, o Estado enfrenta dificuldades, por exemplo, para escoar a produção do agronegócio da região Oeste até o litoral. Também precisa de melhorias em portos, ferrovias e na malha rodoviária. Recente estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou para a necessidade de investimentos de R$ 70 bilhões nos três setores para enfrentamento dos atuais nós de logística e aumento da competitividade da região Sul do país. E sabe-se que esse valor só aumenta. Quanto maior o tempo de inércia, maior o volume de recursos exigido para estimular o crescimento, com o aumento de oportunidades e a tão sonhada geração de emprego e renda.

Há uma lição de casa a ser feita e que não depende apenas de vontade política nem das políticas públicas engendradas nos gabinetes oficiais. É um desafio que deve ser encampado por todos. Além de cobrar ações dos governos, o setor produtivo deve assumir o protagonismo de investir e inovar. E a sociedade civil, por sua vez, tem a tarefa de fiscalizar permanentemente essa movimentação, apontando as lacunas mais urgentes, os prejuízos mais preocupantes – ajudando com isso na definição das prioridades.

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