Só com dados confiáveis e mais abrangentes possíveis é que os poderes constituídos conseguirão definir políticas públicas eficientes.

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Dados estatísticos divulgados sobre a situação da segurança pública em Santa Catarina reiteram uma posição privilegiada no Mapa da Violência brasileiro. O Estado ostenta novamente a menor taxa de homicídios do Brasil, que figura como o principal indicador mundial para avaliação e diagnóstico da criminalidade, panorama que vem sendo mantido desde o ano de 2010. Os dados apresentam os casos registrados nos primeiros cinco meses de 2014 em comparação com o mesmo período do ano passado e, mais do que ensejarem justas comemorações, devem servir principalmente como referencial para uma leitura profissional sobre o combate ao crime.

Os números permitem que se produza um diagnóstico precioso para a compreensão dos motivos que levam a esses indicadores positivos. Um ranking que deve continuar a ser perseguido pelas autoridades. A cúpula da segurança pública atribui os dados _ 197 municípios não tiveram registro de qualquer homicídio até 29 de maio, por exemplo _ à resolutividade da polícia na investigação dos crimes violentos. O raciocínio é que ao resolver 62% dos homicídios, o sistema contribui para inibir novos casos.

Ao mesmo tempo em que ostenta novamente o menor número de assassinatos entre todas as 27 unidades da federação, o Estado convive também com uma questão preocupante: o aumento de 30% dos crimes contra o patrimônio. O levantamento acende o alerta em relação ao crescimento de furtos, roubos e latrocínios (roubos com morte) nas maiores cidades catarinenses. Os roubos seguidos de morte saltaram 25% nos cinco primeiros meses deste ano se comparados com período idêntico de 2013; e os furtos e roubos, 30%.

Uma das análises já esboçadas pela Polícia Civil catarinense, e que merece atenção especial, é a migração das atividades criminosas em função de ações localizadas e que provocam fenômenos específicos. Como a intensificação de roubos em determinadas regiões em função da repressão a pontos de drogas.

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A leitura dos dados deve ser realizada com absoluta transparência e, especialmente, com a ciência de que só com números confiáveis e mais abrangentes possíveis é que os poderes constituídos conseguirão definir políticas públicas eficientes para garantir menos impunidade e mais segurança para a população, com melhoria das estruturas e valorização dos profissionais da segurança. Afinal, ainda estamos longe do ideal. Os números, mesmo que parcialmente positivos, revelam isso.