Com problemas de saúde e se movendo com a ajuda de uma cadeira de rodas, Júlio Serpa não deve ir hoje à noite na Câmara de Vereadores. Aos 66 anos, pai de cinco filhas e dez netos, ele diz não se arrepender da luta que travou entre os anos 1960 e 1970.

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Ao todo, ele permaneceu por mais de um ano preso em Florianópolis e Curitiba. Chegou a ficar 15 dias incomunicável, sem que sua família soubesse onde ele estava.

– Minha mulher estava grávida de nossa quarta filha quando fui preso. Ela nasceu em maio e eu só saí da prisão em outubro – lembra. Na época, Serpa era mecânico ajustador e morava na rua Botafogo, no bairro Itaum.

Mais de uma vez, a família e os amigos mobilizaram vereadores e advogados da cidade que eram simpatizantes da causa para encontrá-lo.

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Hoje, Serpa acompanha a política à distância. Mas considera que “a gurizada”, como ele chama os mais jovens, devem buscar ideais pelos quais lutar.

– O mundo mudou. Hoje a política é muito diferente daquela época. É uma pena que, 50 anos depois, ainda não podemos comemorar uma democracia plena, com educação e saúde para todos – afirma.