Estava monitorando o que os sites publicavam na noite de domingo e a uma certa altura um deles dizia que sete pessoas haviam morrido em Santa Catarina em razão de ocorrências no trânsito. Depois, entretido com outros afazeres e alguns planejamentos para tentar tornar a semana menos corrida, desliguei-me do balanço.
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Estes números nunca são definitivos. A realidade é sempre um pouco maior. Os balanços costumam mapear rodovias, por exemplo. O que acontece dentro das cidades, em suas ruas, no chamado trânsito urbano, normalmente não é computado. De qualquer maneira, o trânsito continua se constituindo em roleta-russa.
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No fim de semana, fizemos visita a familiares em Jaraguá do Sul. Na ida, trânsito fluindo bem pela BR-280 e, de vez em quando, algum metido a piloto ‘voando baixo’ e botando alguém para o acostamento. Na volta, pela Rodovia do Arroz, novas cenas e até um carro de rodas para cima fora da rodovia.
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Já perto de casa, deparamo-nos com populares acudindo um homem caído na calçada. Pertinho, uma moto estatelada junto a um poste. Todo o visto e anotado são casos de imprudências, de riscos desnecessários (nunca assumidos) que mais tarde ganharão a definição de ‘acidente’. Ao pé da letra, acidente é outra coisa. Pelo menos não vale sua aplicação para quem provoca. Estes não provocam simplesmente um ‘acidente’. Estes cometem outra coisa.
No trágico caso do casal morto na avenida Santos Dumont, em Joinville, que ontem ocupou todos os noticiários, chamou a atenção, mais uma vez, a demora em se ter o culpado nas malhas da lei – sem que isso diminua a comoção geral e a intensa dor familiar.
O carro envolvido foi localizado e identificado perto da ocorrência. Porém, nas horas que se seguiram, a polícia não chegou a ninguém, não se deteve ninguém, apesar do fio da meada na cena do crime e de todo o sistema existente de controle e verificação sobre placas e proprietários. A vida real passa longe dos filmes de ação das campanhas publicitárias do governo. O próximo capítulo, certamente, é a apresentação “espontânea” do responsável e sua liberação para que o inquérito caminhe. Lamentável.