A partir de 9 de janeiro, “A Notícia” faz entrevistas com os vereadores eleitos para a legislatura 2017-2020 na Câmara de Joinville. O primeiro é Rodrigo Fachini (PMDB), que ocupou a presidência da casa no biênio 2015-2016 e foi reeleito com a segunda maior votação de Joinville nas eleições passadas, com 6.243 votos.
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Qual será a sua primeira ação no novo mandato?
– A minha primeira ação será dar continuidade ao que eu vinha fazendo. Nos últimos quatro anos, tive a felicidade de apresentar projetos de relevância para a vida do cidadão, como o Jovem Autor, o Núcleo de Apoio Pedagógico, o projeto que dá mais autonomia à fiscalização e ao combate ao mosquito Aedes aegypti, enfim, projetos que são motivo de muito orgulho.
A experiência de ter sido presidente da Câmara pode ser benéfica neste segundo mandato?
– Não quero me comparar aos demais vereadores, mas, sem dúvida, a experiência acumulada nesses quatro anos foi fantástica. Nos dois primeiros anos, fui líder do governo e tive a missão de liderar a base governista, dar tranquilidade ao governo Udo. Depois, recebi a missão e a responsabilidade de presidir a casa, e ainda ocupei, por alguns dias, o cargo de prefeito quando houve uma viagem do Udo e do seu vice. Isso me deu muita experiência. Então, o meu objetivo é dar continuidade ao trabalho, porém, com uma bagagem muito maior.
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A LOT foi um dos assuntos dominantes na Câmara na última legislatura. O senhor acredita que isso terá continuidade ou outro assunto deve receber mais atenção dos vereadores?
– A cidade é mutante, ela se reinventa e se organiza todo dia. Na condição de presidente da última legislatura, tenho muito orgulho de ter sido o presidente que aprovou a LOT, com a participação efetiva de vários vereadores, especialmente os das comissões de Urbanismo e de Legislação. Fui o presidente que conseguiu aprovar, de fato, a LOT, de forma limpa, com poucas emendas, respeitando as discussões feitas nos bairros, a indicação do Conselho da Cidade. Acho que nós, vereadores, conseguimos cumprir com aquilo que a população esperava e a aprovação da LOT foi minha maior missão. Não tenho muito essa leitura de ter de debater outro assunto, porque quem cria a pauta do Legislativo é a sociedade, é o Executivo. Os grandes projetos de transformação têm origem no Executivo. Por exemplo, agora se fala na readequação da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública), do IPTU, assuntos que geram alguma polêmica. O momento é de reinventar a gestão pública e a classe política. Os grandes temas estão ligados à economia e ao zelo do dinheiro público.
Nas eleições passadas, houve renovação na Câmara, com mais de 50% de vereadores em primeiro mandato. Como o senhor interpreta esse recado das urnas?
– Eu pessoalmente fico muito feliz e orgulhoso pela votação que fiz. Nos últimos 30 anos, foram pouquíssimos os presidentes (da Câmara) que aumentaram suas votações de uma legislatura para a outra. Inclusive, teve presidente que não se elegeu. O fato de fazer mais votos que o vereador mais votado da última legislatura (Patrício Destro, em 2012, fez 6.189, e Fachini, 6.243), além de aumentar em quase dois mil votos a minha votação, me trouxe muita satisfação. Penso que isso é resultado do trabalho sério que fiz, sempre ouvindo a comunidade, as pessoas e buscando entender o clamor da população.
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Se o senhor fosse consultado, que recado deixaria para os novos vereadores?
– O recado é ouvir as pessoas, isso é o principal, além de ter a sensibilidade de entender o clamor das ruas. Foi assim que pautei a minha trajetória nos últimos quatro anos. Muitas vezes, o vereador chega no Legislativo cheio de ideias, mas quem cria a pauta é a população. Lá atrás, antes de ser vereador, não imaginava que um dos projetos que teria maior visibilidade era o de combate à dengue. Quando apresentei o projeto em 2013, fui até ridicularizado por alguns setores da sociedade. Não era uma pauta presente. Depois, mudou-se essa percepção. Outro projeto do qual tenho enorme orgulho é o Jovem Autor, que mais parece uma brincadeira de criança. Ele tem um objetivo fantástico, que é o de fazer as crianças escreverem mais e melhor, contrapondo-se à chegada da tecnologia. Hoje, percebo que as nossas crianças escrevem menos. Pode acontecer com as futuras gerações o que aconteceu conosco quando da chegada da calculadora. Não precisávamos mais fazer contas na ponta do lápis, como faziam os nossos avós. Essa percepção veio a partir de conversas com professores e tenho sido procurado por vereadores do País inteiro para falar sobre o projeto. Já a proposta do Núcleo de Apoio Pedagógico tem o objetivo de assistir as crianças com pequenos transtornos, como dislexias. Precisamos ter esse olhar mais atento para, no futuro, elas corresponderem.
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* O colunista Jefferson Saavedra está de férias e volta a escrever neste espaço no dia 9 de fevereiro. Sugestões de notas e reportagens no período de ausência do colunista podem ser enviadas para o jornalista Jean Balbinotti pelo e-mail jean.balbinotti@an.com.br ou pelo telefone (47) 3419-2147.