Uma das principais responsáveis pelo fatiamento do processo de impeachment, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) nega que tenha contado com a ajuda do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para colocar a tese de pé. Em entrevista à Rádio Gaúcha, ela reconheceu que esteve no gabinete do ministro antes da sessão para avisar que iria defender a manutenção do direito de Dilma de ocupar cargos públicos.

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– Foi isso e mais nada. Ele não poderia ser surpreendido – explicou a senadora.

Senadores indignados reclamam pelos corredores do Congresso que Lewandowski ajudou Kátia a optar pelo melhor instrumento regimental. Se confirmada, essa desconfiança seria um escândalo. Afinal, é um impasse que já está nas mãos do STF. Lewandowski, no entanto, deixará os holofotes em breve. No dia 12, a presidência do Supremo passará às mãos da ministra Carmem Lúcia. Já Katia Abreu, uma ruralista que resolveu abraçar a causa de Dilma e foi coerente até o fim, está a um passo de ser expulsa do PMDB.

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Duas bases

Dilma Rousseff adiou a viagem a Porto Alegre para a próxima terça-feira porque não concluiu a organização da mudança. Assessores informam que ela vai morar na capital gaúcha, utilizando o imóvel da família no Rio como uma espécie de escritório político.

PMDB rachado

Nem o PMDB consegue manter o PMDB unido. Quem apostou que a chegada de Michel Temer à presidência da República resolveria a divisão do partido dentro do Congresso, errou. Além da fissura durante a votação fatiada do impeachment, o partido também não garante unidade para votar os temas de interesse do governo na Câmara. Presidente da legenda, Romero Jucá (RR) está com a missão de enquadrar os indisciplinados. A partir de segunda-feira, o Planalto pretende acelerar a votação da pauta econômica, mas precisa pacificar os aliados.

Expediente reduzido

Presidente da Câmara e acostumado a deixar Brasília na quinta-feira, Rodrigo Maia não esquentou o banco no Palácio do Planalto. Ontem, às 14h45, o presidente da República interino já não estava mais no gabinete oficial.

Mordaça

O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, não fala sobre a Reforma da Previdência. Quando questionada, a assessoria do ministro afirma que o assunto é da Fazenda ou da Casa Civil. Mas é um tema que interessa diretamente ao trabalhador que é, afinal, quem paga a conta. Depois de debates com as centrais sindicais, o texto ficou pronto, com idade mínima de 65 anos para aposentadoria. Mas não há qualquer sinalização de acordo para aprovação no Congresso.

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