
A certeza de que a mudança é a única constante no universo multiplica-se muitas vezes quando o assunto é a saúde. Se reunirmos as variáveis que integram a qualidade de vida, o bem-estar físico e mental das pessoas, não resta dúvida de que nada deve se transformar mais, ampliando os desafios de quem atua no setor, desde a gestão da assistência até a ponta do atendimento, em todas as esferas. A incorporação da tecnologia nessa equação fez crescer ainda mais o cenário, especialmente no que se refere à velocidade e à amplitude dos resultados.
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O competitivo e complexo segmento de Healthcare é a prova maior dessas mudanças. Objetivamente, healthcare é tudo que engloba a cadeia de valor da saúde: hospitais, clínicas, institutos de longa permanência, laboratórios, empresas de equipamentos médicos e de medicamentos, planos de saúde e medicina preventiva.
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Esse universo está em constante movimentação e evolução, o que se amplia com a expectativa da retomada da economia, com a projeção de que a saúde suplementar se impulsione ainda mais, tornando-se o principal canal de criação e disseminação de novos modelos de negócios e tecnologias voltadas à saúde no Brasil.
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Atento à essa realidade, o Observatório da Saúde de Santa Catarina lançou o relatório “Inovação – Tendências em Healthcare para a indústria ficar de olho em 2019”, como resultado do trabalho “Radar de Tendências”. O Observatório reúne a FIESC (Federação da Indústria de Santa Catarina), a ACM (Associação Catarinense de Medicina) e o SESI/SC (Serviço Social da Indústria) e se constitui num núcleo de Inteligência e banco de dados do setor, com indicadores fidedignos, permanentemente atualizados e organizados do estado e também do país.
Entre os resultados analisados pelo Relatório destaca-se o fato do segmento de healthcare movimentar R$ 117,1 bilhões ao ano, com uma expectativa de crescimento de 2,6% a 3,6% ao ano. Também é importante a análise de que, mesmo tendo um gasto relativo ao PIB próximo da média mundial (9,9%), o percentual gasto com saúde no Brasil (8,9%) ainda está abaixo de países com PIB inferior ao seu, como Canadá (10,4%), Espanha (9,2%) e Portugal (9,0%). Isso garante a esses países um gasto per capita igualmente superior – Brasil (US$ 780,40 por habitante), Canadá (US$ 4.507,55), Espanha (US$ 2.353,93), Portugal (US$ 1.721,71).
Ainda merece atenção a constatação de que a iniciativa privada tem financiado uma parcela maior dos gastos com saúde no Brasil. Entre os anos de 2000 a 2017, o gasto do PIB em saúde no país aumentou. O gasto público passou de 3,5% (2000) para 4% (2017) e o gasto privado de 4,7% (2000) para 5,7% (2017), esse segundo impulsionado pelo aumento do número de beneficiários de planos de saúde.
Entender esses números e percentuais que compõem a saúde brasileira é passo inicial e imprescindível para que o setor se desenvolva e amplie seu potencial, integrado à transformação digital e toda a sua potencialidade. Cada vez mais as organizações precisam fazer investimentos significativos em processos e tecnologias que diminuam os custos, aumentem o acesso aos cuidados de saúde e melhorem o atendimento das pessoas.
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*Ademar Paes Junior é médico radiologista e presidente da ACM
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