O menino que virou projeto social vai para Campinas e com tecnologia poderá melhorar a audição

A história do menino que virou projeto social toma um novo rumo a partir desta segunda-feira, quando Gabriel Victor do Nascimento Garcia vai novamente para Campinas, desta vez para realizar a ativação do aparelho auditivo BAHA e, se tudo correr bem, voltará escutando com 100% de clareza e potência. Com ele embarcam sua mãe, Sônia do Nascimento, e seu anjo da guarda e idealizador do projeto, o dentista Felipe Damerau Ouriques.

O serelepe Gabriel está contando os dias para a viagem, tanto que, ao mostrar a mala que vai levar, chegou a entrar dentro dela. Ele conta que está muito feliz porque vai poder escutar o latido dos seus cachorrinhos Bethoven e Emily, além de ouvir o vídeo game e aprender mais na escola. Curioso com uma caixa que estava dentro da mala, a mãe falou para ele que se trata do antigo aparelho de audição.

– Vamos levar para os médicos darem para outra criança que precisa – explicou ao filho.

No início de fevereiro ele passou por uma cirurgia no qual foi fixado em seu crânio a prótese auditiva BAHA. Durante todo este período ele aguardou a osseointegração. Na segunda-feira, quando a ativação for feita, Gabriel finalmente poderá escutar.

Felipe explica que eles voltam de viagem na segunda-feira mesmo, com Gabriel já ouvindo. A partir daí será feito um acompanhamento com fonoaudiólogo para adaptação, que será feita aos poucos.

O dinheiro para instalação das próteses foi arrecadado em uma grande campanha na internet e em show beneficente realizado no fim de novembro de 2012. Na página criada por Felipe no facebook, ele faz um agradecimento especial.

– Assim como os protestos que correm pelo Brasil, este projeto é a prova viva de que com vontade e transparência é possível mobilizar toda uma sociedade.

A síndrome

O menino de oito anos nasceu com a chamada síndrome de Treacher-Collins, uma doença rara que afeta a forma como os ossos da face se desenvolvem. Por causa dela, ele tem o rosto desfigurado, deformidades na orelha e no céu da boca, surdez relativa e dificuldade na fala. A colocação do implante foi a primeira de uma série de cirurgias que o garoto será submetido até completar 18 anos.