“É preferível ser assaltado por um ladrão profissional a que por um desses menores armados com droga na cabeça”.
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Esta frase tem sido recorrente entre quem teme virar alvo da criminalidade. Ela faz sentido pela inconsequência juvenil vivenciada, principalmente nas grandes metrópoles.
Em Florianópolis, causou surpresa a revelação da Polícia Militar que três adolescentes participaram do pavoroso roubo a uma joalheria do Floripa Shopping. A quadrilha portava uma submetralhadora.
Os criminosos demonstraram nervosismo, apontavam a arma a todos os lados. Medo geral. Vídeos mostraram o desespero com o crime em meio a reféns. Causou indignação também saber que uma criança estava perto. Ela aparece sendo protegida por alguém assim que os ladrões saem.
Preocupação no meio criminal
O clima de apreensão foi inevitável com as cenas. Em resposta, a PM agiu rápido, mobilizou seus setores de inteligência, a rede de informantes, identificou e pegou rapidamente grande parte dos envolvidos.
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Em meio ao quadro violento do crime, um fato até certo ponto inusitado: os autores usaram um chinelo para impedir o travamento da porta de entrada da loja. Nos bastidores, o feito causou piada entre policiais.
Mas o contexto não é nada engraçado. Há um tom de preocupação e revolta entre policiais, promotores e alguns juízes sobre o envolvimento precoce de adolescentes no crime. Pelo grau de violência, a reincidência e o suposto baixo índice de internação definitiva na Grande Florianópolis.
Linha dura aos reincidentes
Consumo de entorpecentes, irresponsabilidade, busca por adrenalina e até mesmo um falso glamour turbinado pelas redes sociais são componentes que não devem ser deixados de lado. “Não estaria faltando uma linha dura para ao menos esses reincidentes e deixá-los mais tempo apreendido?”, questiona uma fonte do meio criminal.
Nos últimos anos, a realidade mostra que autores de crimes graves, como homicídios e latrocínios, dificilmente escapam da privação de liberdade. O problema é que raramente se afastam da vida criminosa. Agora, ainda são faccionados, devem e pagam com delitos.
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Olhar atento é necessário
As práticas positivas e as experiências exitosas existem, mas naturalmente deixam de atingir o ciclo inteiro dessa geração. O Estado necessita de um olhar mais atento para as questões socioeducativas em Santa Catarina, especialmente nas comunidades vulneráveis.
Assim como houve mobilização no sistema prisional, está na hora de um conjunto de medidas que assistam a área da adolescência. Faltam políticas públicas permanentes. O Morro do Quilombo, por exemplo, na Capital, onde foram apreendidos os adolescentes, é um dos espaços pouco privilegiados em ações que não as batidas policiais.