Quando chegou aos 15 anos, o Festival de Dança de Joinville já tinha conquistado a maturidade que só os anos de acertos e tropeços poderiam garantir e pôde, enfim, assumir o título tão esperado. Era “o maior festival de dança do mundo”, em número de participantes e em quantidade de gêneros que abraçava.
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O ano de 1997 foi o passo final que o festival precisava para se assumir grande sem medo e mostrou isso com a contratação de grandes companhias e bailarinos para os espetáculos de abertura e com o número de cursos oferecidos. Foram 2.400 alunos que passaram uma semana em meio a 20 opções de cursos com 65 professores, selecionados entre os melhores profissionais do País.
Seria o último ano na casa oficial do festival, que tinha abrigado o evento durante uma década e meia. O ginásio Ivan Rodrigues, que já foi alojamento, local de ensaios e arena de apresentações, deixava agora um gosto de nostalgia, já que o então prefeito Luiz Henrique da Silveira afirmou na noite de abertura do 15º Festival de Dança que, em 1998, o Centreventos Cau Hansen estaria pronto para receber os espetáculos e os cursos.
Para dar os ares de grandiosidade que o Festival pedia naquele ano, o Balé Nacional de Cuba e o Balé Nacional da Colômbia vieram a Joinville, mas foram os brasileiros que chamaram a atenção. Ana Botafogo dançou com o cubano Lienz Chang, Aurea Hämmerli dançou com Marcelo Misailidis e Cecília Kerche fez par com o argentino Hernan Piquin.
– Foi uma loucura de tão lindo – lembra a coordenadora artística do festival, Vera Nascimento.
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Você sabia?
Para animar a cerimônia, a repórter de TV (na época, a garota do Vídeo Show) Cissa Guimarães foi chamada para apresentar as noites do Festival de Dança. E Luiz Henrique também mostrou seu talento para animar a plateia: fez a abertura em português e em espanhol, para que todos entendessem.
Uma pane no som fez com que Ana Botafogo passasse por um “aperto” no grand pasde-deux de Don Quixote. Ela teve que fazer 96 fouttés (rodopios) e não os 35 normais na coreografia – isso depois de dizer à imprensa, um dia antes, que não faria mais fouttés.