Desde criança aprendi a gostar do clássico. Foi no Adolfo Konder (foto) os melhores momentos deste que considero o maior jogo de futebol de Santa Catarina. Ali, a gente ficava bem pertinho dos jogadores. Sou do tempo da cerquinha de madeira. Quando a bola caia no pastinho da geral a gente corria para devolvê-la ao jogador. Era o máximo. Depois veio o alambrado e já estávamos envolvidos com o rádio. A condição de repórter também nos propiciava ficar atrás do gol, bem próximo à rede e até conversando com o goleiro quando seu time estava no ataque. Os troncos de eucaliptops no chão serviam de banquinho. Carlos Alberto Campos, o melhor de todos os repórteres de rádio que conheci, costumava de dizer: “Gosto de ficar na zona do gemido. Ali a gente escuta de tudo na área”. Decisão No Heriberto Hülse, a reedição da final do Campeonato Estadual deste ano. Oportunidade para o Tigre devolver a derrota ao Joinville. Vai precisar jogar e ter o apoio da sua torcida. O JEC está invicto na Série B e continua contratando. Sempre se deu bem em Criciúma. Jogo equilibrado, onde o torcedor pode fazer a diferença. História Criciúma, representado pelo Comerciário, e Joinville, pelo Caxias. Ano de 1968, campeonato que só terminou em 1969. Um jogo em Joinville, o segundo em Criciúma. Neste, um lance inusitado. Escanteio para o Caxias. Norberto Hoppe de cabeça, marca. Anulado. Por quê? Escanteio. Mas como, direto de escanteio? Sim, os tempos eram outros. O título Em Florianópolis, o terceiro jogo. Empate até em cima dos 45 minutos finais. Falta contra o Caxias. Alguém comenta comigo na velha cabine do Adolfo Konder: “Darlan vai bater e fazer.” Dito e feito. A bola escorrega nas mãos do goleiro Jurinho, que substituia Jairo, do Caxias, e entra. Que azar, não? Os melhores Clássicos inesquecíveis. Figueirense 1 a 0, gol de Tião Marino, levou o Figueirense ao Nacional. Na década de 50, Figueirense 1 a 0, gol do lateral esquerdo Geraldo em Adolfinho, lá do meio da rua. O goleiro do Avaí, Adolfo, praticamente havia abandonado o futebol e foram buscá-lo para salvar o clássico. No grito, personalidade, uma defesa num chute de Nede aos 30 minutos, da marca do pênalti, levaram o Avaí a vitória. Ah, como era bom o clássico. As torcidas se respeitavam, dificilmente acontecia uma briga, não havia o fanatismo exagerado de hoje. Apreciava-se o verdadeiro futebol. Bons tempos Saudosismo? Não, apenas recordação da infância e dos tempos de iniciação na reportagem de campo no rádio. O clássico começava as 13h30min com os aspirantes. A cobra começava a fumar mais cedo. Mais tarde, os jogos noturnos com a inauguração do panelão do estádio. Braulio, na época no Figueirense, foi para a história como autor do primeiro gol noturno no Estado. Por fim, a década de 60 e o primeiro jogo no Orlando Scarpelli. Em 70, as arquibancadas metálicas e o ingresso no Nacional com o Figueirense, em 1972. Em 1983, a era Ressacada e o futebol mudou.

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