Por estes dias, andei lendo sobre certos museus do lixo existentes em Florianópolis e Curitiba, celeiros (estimo) de educação ambiental. Todo o acervo foi, naturalmente, retirado do lixo. Um conhecido enviou-me informações e links sobre os empreendimentos, certo de que me interessaria pela curiosidade, no que acertou em cheio. Foram passeios, ainda que virtuais, muito interessantes.
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Evidentemente, fiquei a imaginar que companhias de limpeza pública têm vasto campo para idealizar (e bancar) algo parecido onde quiserem – se quiserem, é claro. Imagine-se o que ainda é encontrado de “peças” para formar o acervo em meio ao que se atira fora, mesmo que se pratique a reciclagem.
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Há uns anos, passei por uns sacos de lixo (comum, diga-se, era dia de recolhimento) empilhados numa esquina e, sobre eles, estava um aparelho de telefone de disco em cor cinza-claro. Levei-o para casa para torná-lo decoração. Já temos gerações que nunca manusearam ou viram um aparelho deste. A turma hoje sequer paciência teria para fazer uma ligação no vaivém vagaroso do disco. É peça de museu, sim, senhor.
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Chama a atenção, pelo lado curioso, como estas geringonças são valorizadas em vitrines. Rádios, máquinas de costura, de escrever e de fotografar são escaladas para ajudar a vender blusas, calças e tênis.
E muitas destas coisas ainda vão para o lixo. Nem tudo para a reciclagem, onde ganham reaproveitamento para serem transformadas em outros artigos. E de onde poderiam ser resgatados para compor interessante acervo caso a ideia do Museu do Lixo extrapolasse limites. Por vezes, vão mesmo é para o lixo comum, escondidos num saco preto entre cascas e papéis.
Há dias, numa limpeza, encontrei 42 disquetes. Não são tão antigos, mas já cabem no ambiente lúdico de um museu do lixo. É também artigo do qual ninguém mais lembra – e era fundamental ferramenta de trabalho há menos de duas décadas.