“O Litoral de Santa Catarina precisa ser olhado com carinho”, diz Schürmann

Atrás do leme há 30 anos, o manezinho Vilfredo Schürmann não consegue ficar muito tempo em terra. Mas, nos trajetos em alto-mar, ele conduziu a família a aprender mais sobre a conexão com outras culturas e com os valores em que ele acredita. Em conversa com o Diário Catarinense, Vilfredo aborda a preocupação em compartilhar experiências e com o meio ambiente.

Diário Catarinense – Qual é o maior diferencial desta expedição?

Vilfredo Schürmann – A comunicação mais rápida, via satélite, é um diferencial. Todo mundo que quiser, poderá acompanhar a viagem. Outro diferencial é que, com essa expedição, esperamos conhecer lugares diferentes, conviver com novas culturas e mostrar que temos que ter esse olhar para a sustentabilidade. Estou muito feliz com essa viagem. Tenho água salgada no sangue.

DC – Por quê vocês quiseram que as pessoas acompanhassem a expedição?Schürmann – Foram as pessoas que se interessaram em saber, elas nos diziam que queriam acompanhar as viagens também. Nós, brasileiros, temos facilidade de comunicação. Sempre abrimos nosso barco para as pessoas conhecerem, sempre convidamos. Agora, qualquer um pode acompanhar. As pessoas de idade, que não podem sair de casa, por exemplo, vão ter essa oportunidade de sentir o que nós sentimos.

DC – Vocês viajaram por tantos lugares, o que faz vocês voltarem para o litoral catarinense? O que ele tem de diferencial?

Schürmann – É onde nossa família mora, é onde nós morados. O Litoral de Santa Catarina é privilegiado, mas ele precisa ser olhado com carinho, precisa ser tratado. Quantas praias neste verão estavam sem balneabilidade. SC tem tudo para ser grande Estado de turistas de todo o mundo, mas ele precisa ser bem cuidado, precisa ter investimentos e a comunidade também precisa cuidar mais.

DC – Parte da tripulação vai mudar ao longo da viagem, mas a Heloísa continuará ao seu lado em toda a viagem. Como é ficar o tempo inteiro ao lado da esposa nas viagens?

Schürmann – O desafio é maior, pelo pequeno espaço, é mais difícil do que em terra. Mas a Heloísa é inteligente, companheira. Temos sempre que resolver brigas. Brigas são opiniões, temos que escutar. Temos que ter balanço para resolver. Mas eu e ela temos um relacionamento de anos, com bom-humor.