“Alerta, povo meu, alerta, povo da cidade centenária de Joinville! Cuidado, muito cuidado com esses que se apresentam como mansas ovelhas, quando, ainda até pouco tempo, já estavam prontos para devorar as leis que nos amparam”.

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O jogo de palavras quase incendiário do sindicalista e vereador Conrado de Mira o levou a tentar o cargo de prefeito de Joinville dez anos antes do golpe militar.

No começo dos anos 1960, era um dos principais líderes sindicais de todo o Norte. Atuava intensamente na troca de informações entre os partidos e os trabalhadores das fábricas e foi preso com outros sindicalistas logo nos primeiros dias depois do golpe.

Curioso é que, como vereador e candidato a prefeito, sempre manteve boa relação com os militares. Mira era reservista do quartel em Joinville, mas, mesmo assim, não teve qualquer benefício na prisão. Foi levado para Curitiba e Florianópolis junto com outros presos.

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